Thursday, December 27, 2012

Do aperto no peito

Do aperto no peito
(Nayguel Cappellari)

E te ver assim tão triste me consome,
teus olhos tão brilhantes
e teu sorriso tão bonito
eu já não enxergo mais...

Teu jeitinho doce, encantador
e extremamente alegre
está distante...

Cadê a menina do sorriso encantador?
Cadê a menina do jeito lindo?
Cadê a menina doce?
Onde estás, ó querida,
que me encantaste por completo?

Olhar para teu rosto tão bonito
e te ver assim tão pra baixo,
consome minha alma, 
e me faz arder de piedade...

Sinto vontade de te abraçar,
sinto vontade de te apertar...
sinto vontade de te acalmar...

E onde está o teu sorriso lindo?

Meu coração pede que te acalmes...
meu coração pede que sorrias...
meu coração pede que...
fiques bem, menina linda.

Wednesday, November 21, 2012

Nas sombras

Nas sombras
(Nayguel Cappellari)

Aquele momento sombrio, onde nem mesmo o calor da rua te aquece por dentro. Onde nada mais faz sentido e tu não sabes para onde ir. Onde está o teu rumo? Onde está a âncora do teu navio? Onde está o porto para tu ancorá-lo? Onde está a segurança e os planos que tu traçaste outrora?

É aquele momento sombrio, onde nada faz sentido, onde pessoas do passado permanecem no passado. Onde pessoas do presente, não são tão presentes. Onde o futuro, é simplesmente o dia depois do hoje. Um momento sombrio onde nada faça sentido, onde nada tenha motivo. Onde tu não te encaixas em lugar algum, em mundo algum, em situação alguma... e teu desejo é simplesmente desaparecer.

Um momento forte, intenso, que não te deixa triste, nem com raiva, mas te deixa exausto, exausto dessa vida mesquinha, dos dias e das noites serem iguais. Da mesmice do sempre e daquilo que tu não sabes nem como explicar. O calor já não te aquece nem o frio te atinge. O teu desejo é simplesmente de cair na beira de um precipício e cair, e cair, e cair. Sem ter para onde ir, sem ter nada para fazer. Um desejo sombrio, num momento sombrio, num mundo sombrio...

E por mais que tu não sejas sombrio, tu acabas te tornando, ou querendo te tornar. Porque nada faz sentido, e tu não tem desejo de mais nada, a não ser, realmente, fugir dessa situação. Sendo que tu não sabe para onde, nem como... sendo que tu não sabe o que fazer.

Aquele momento sombrio, onde o calor não te aquece,
onde o frio não te esfria, aquele momento sombrio,
onde a lua é mórbida e o canto é lúgubre.

Aquele momento sombrio;
inexistente, completamente inexistente dentro de ti.
Aquele momento sombrio...
que te faz pensar se é ele que existe em ti.
Ou se és tu quem existe nele.

Aquele momento sombrio.

Monday, November 05, 2012

Desespero

Desespero
(Nayguel Cappellari)

Dentro de mim a escuridão toma conta,
conta dos meus pensamentos, das minhas causas, das minhas coisas.
dentro de mim,
a tristeza toma conta do meu corpo,
da minha alma....
da minha vida.

A tristeza do não,
a tristeza do sim,
coisas que me deixam tristes,
coisas que eu não gostaria de ter de passar...
- Por que é tão difícil viver?

Por que é tão difícil sobreviver?
Por que é tão difícil saber lidar?
Por que é tão difícil?
Por quê?

O que eu faço com isto dentro de mim?
Essa dor forte,
que aperta meu peito
que me faz querer jogar tudo fora.

Tudo, exatamente tudo fora.
Isso, aquilo, tudo...
inclusive, a mim mesmo ao lixo.

Desabafo ao vazio

Desabafo ao vazio
(Nayguel Cappellari)

Eu estava aqui sentado imaginando nas coisas que passaram,
nas pessoas que se foram,
nos sonhos e desejos que deixei para trás.

Hoje não sou metade do homem que a criança de outrora imaginava...
não sou um quinto da pessoa que eu gostaria de ser,
e não tenho sequer a metade das pessoas que eu sinto falta em meu peito.

Não tenho mil dias, nem mil noites seguidas,
sem pensar que não sou quem eu gostaria de ser.
Não aguento mais essa vida, essa inexatidão.

Olho para algumas fotografias e vejo o tempo que passou,
me lembro de pessoas que guardei com carinho dentro de mim,
e que hoje já não estão comigo...

Pessoas por quem eu ainda guardo um enorme sentimento,
sentimento, este, que não é recíproco, pelo visto...
pessoas que se vão, que somem, que desaparecem.

E mesmo tendo tanto, não tenho nada.
Porque o vazio aqui dentro é um vazio incômodo.
Não é apenas a ausência, mas sim a dor que ela traz junto...

A dor de não poder ouvir, de não poder ver, de não poder saber,
de não poder sorrir, de não poder dizer uma palavra acalentadora,
uma palavra calorosa.

A ausência que perfura o coração, permitindo que o vazio se alastre
por quaisquer outros caminhos que devem chegar...
e a vida se vai.

E a vida se esvai
E os caminhos se vão,
e as coisas se vão.
E as pessoas se vão...

E o único que não vai é este
que vos escreve.

Saturday, October 27, 2012

Um Ponto

Um ponto
(Nayguel Cappellari)

Um ponto. Apenas um ponto nessa situação...
seja ele razoável ou não, seja ele inútil ou não.
Seja ele final ou não.
É um ponto.

Um ponto que define exatamente tudo dentro de mim,
mas ao mesmo tempo não define nem sequer quem sou.
Ou o que sou...
Ou o que ele, o ponto, é.

Um ponto capaz de enlouquecer-me os sentidos,
capaz de tirar-me as ideias...
capaz de angustiar-me os pensamentos.
Capaz de acabar comigo.

Um ponto, apenas um ponto nessa situação toda.
Que não define nada, que não é nada...
mas que deveria ser tudo.
Um ponto que não é, mas deveria ser um ponto final.

Friday, October 12, 2012

Dentro de mim



Dentro de mim...
(Nayguel Cappellari)


Dentro de mim há um pequeno ser,
um inquilino que rouba minhas ideias,
que me faz pensar no sim e no não,
que me encanta e desencanta.

Um pequeno ser capaz de desejar,
capaz de doer, de magoar e ser magoado.
Um pequeno ser que sente,
que sente a tristeza de existir.

Dentro de mim há um pequeno ser que sente,
que senta a saudade de não te ver,
que sente a saudade de não te ter,
e que sente a ausência de tu estares com ele.

Dentro de mim, o pequeno ser bate incansavelmente,
guardando a todo instante os momentos felizes,
e a vontade de te ter comigo.

Friday, September 21, 2012

Hoje

Hoje
(Nayguel Cappellari)

Hoje é um dia daqueles,
em que o mundo torna-se um fardo.
E as pessoas tornam-se completamente
insuportáveis.

Hoje é um dia daqueles,
em que os sonhos são desfeitos,
e o coração fica apertado...
porque tudo lá fora é intenso,
e ao mesmo tempo sem intensidade alguma.

Hoje é um dia daqueles,
em que meus olhos entristecem-se demais.
E minhas tristezas pairam sobre o ar...
é um dia daqueles em que eu desisto,
de tentar acreditar que um dia
tudo pode ser diferente.

Hoje é mais um dia daqueles,
em que eu quero desistir de tudo.
Que eu quero largar tudo e nada mais...
Hoje é mais um dia daqueles,
em que eu não quero estar mais vivo.

Hoje é um dia daqueles,
em que eu entrego-me aos céus,
dou-me à terra de onde vim,
e de onde nunca deveria ter saído.


Hoje é um dia daqueles,

em que eu choro de angústia, 
de raiva, e de medo.

Hoje é um dia daqueles,
que meus sonhos já não existem mais.


Hoje é um dia daqueles.


Hoje... não sou mais nada.
A não ser tudo o que eu um dia
tive medo de me tornar.

Saturday, September 15, 2012

Balança do Tempo




Balança do Tempo

(Nayguel Cappellari)


E a chuva compete com meu coração,
levando de mim a única esperança que me restava,
fazendo-me acreditar que um novo dia
jamais irá aparecer.

Mas o mundo lá fora é estranho,
e meu mundo aqui dentro é mais estranho ainda.
Meus sonhos e meus medos,
contrabalanceiam-se com seus pesos.

O medo que rege minha alma,
a tristeza e o arrependimento,
fechando-me em uma coisa completamente diferente
do que eu um dia eu fui.

Mas os sonhos, os dias constantes com sorriso ao rosto,
os pensamentos lá fora,
isso tudo junto...
Acalmando-me a alma, acalentando-me o ser.

Relaxo os músculos de meu corpo,
espero alguma mudança acontecer,
e enquanto isso não acontece...
a balança tende a permanecer no mesmo lugar.

Lugar, este, que leva meu coração...
que vai subindo e caindo, caindo e subindo...
tal qual um navio...
na tormenta de meu mundo.

Sunday, September 09, 2012

À minha doce Feneca

À minha doce Feneca
(Nayguel Cappellari)


E o tempo lá fora estava nublado, como se o sol não fosse mais abrir, ou até mesmo a lua, não quisesse aparecer lá para iluminar nada. Era assim que ele se sentia, como se estivesse nublado dentro dele, como se nada tivesse realmente um gosto bom para aproveitar os seus dias. Ele apenas ia vivendo um dia após o outro, sem se importar com nada, nem mesmo com o vazio que ele sentia dentro de si.

Acontece, que sem mais nem menos em um dia tudo tornou-se diferente, o mundo tornava-se colorido e ele não tinha mais razão para estar tão vazio. O dia nublado já não existia, a chuva não mais atormentava suas ideias. E ele só queria saber de viver os dias com o motivo de felicidade que reluzia em seu peito: uma única pessoa capaz de fazer isso acontecer.

Ele vivia feliz, imaginando como seria envolvê-la em seu abraço, em seus beijos, em seus enlaços. Ele vivia um dia após o outro, sorrindo e a cada dia mais feliz que o anterior, porque sabia que a barreira que ele havia construído outrora, já havia sido derrubada. Pedra sobre pedra.

E o motivo para tamanha felicidade era apenas um, ou melhor, vários motivos em um só, aquela pessoa capaz de fazê-lo mudar de ideia, de enlouquecê-lo em pensamentos, de acalmar seus medos, de fazê-lo planejar seu futuro.

E ele vivia feliz, vivia alegre, vivia cada dia melhor que o outro... mas ainda com a certeza na mente, de que no dia em que ele sentí-la em seus abraços tudo será maravilhosamente melhor.

Wednesday, August 22, 2012

Apenas algum desabafo

Apenas algum desabafo
(Nayguel Cappellari)

Eu não sei o que escrever, enquanto eu tentava postar alguma coisa aqui, nada saia em minha mente. Parece que eu estou vazio, estou sem nada, estou sem inspiração alguma. Acho que o motivo todo é bem simples: eu não tenho minha metade. Minha metade, quem me completa, quem me acalma, quem me acalenta a alma.  Não a tenho e fico sem sequer uma inspiração, e meus textos saem vazios, com dizeres vazios, sem saber como demonstrar tudo que eu sinto... e dentro de mim, meu coração insiste em bater de forma que tudo se torne impossível de lidar...

Meu coração, pregando peças tão bestas, como sempre. Pois não sei do meu dia de amanhã, e sem a minha    metade, sem a minha alma, estarei vazio... e estou vazio. E estou.

Bendito tenha sido o dia que te reencontrei,
bendito tenha sido o dia em que te vi.
Bendito tenha sido o dia em que tu existiu.
Bendito tenha sido tu, meu amor,
que até agora existes e alegras os meus dias.

A cada segundo que passa, a cada momento que se segue, tu te tornas tão especial,
tão doce, tão linda, tão, tão, tão sem palavras para descrever o que tu te tornas.
É algo tão forte, tão intenso, tão sem explicação alguma.

Tu te tornas tudo, mesmo que sem querer, mesmo que sem fazer força, tu te tornaste meu mundo...
e como não te tenho, meu amor, sinto-me vazio.

És meu anjo, és meu doce, és meu amor...
e eu te amo.

E não há palavras pra expressar tudo que eu sinto por ti.
Pois o que eu sinto não existe nessa dimensão,
e não tem palavra que defina o que é isso.
Nem aqui, nem ali, e nem em outra dimensão.

Tu és tudo pra mim.

Friday, August 10, 2012

Quem sou eu, quem és tu?


Quem sou eu, quem és tu?
(Nayguel Cappellari)

Quem sou eu? 
Eu sou aquele que tem o coração machucado, pisoteado, amargurado por demais.
Sou aquele que já não via mais o amor em lugar algum,
e nem sequer pensava em apaixonar-se de novo...

Quem sou eu que já sente dor em toda a alma,
em todo os ossos, em todas as células de meu corpo?
Quem sou eu que já está cansado de sofrer, de não ter a quem eu quero?
Quem sou eu que eu pensava que não teria mais capacidade para me apaixonar?

Quem és tu,
que chegaste com teu jeito doce, cativando meus sentidos,
sem fazer sentido algum?
Quem és tu que trouxeste para mim a alegria do querer,
do sentir, do ter, do desejar, do amar?

Quem és tu que fizeste o monstro sumir,
que trouxeste o poeta novamente á tona?
Quem és tu por quem eu perdidamente me apaixonei
senão àquela por quem eu mais esperei?

Friday, July 27, 2012

Do estar feliz

Do estar feliz

Então eu não sei mais o que fazer. Os meus dias já são pensando em ti e minha voz só sabe chamar o teu nome. És tu e mais ninguém! Não importa quão distante tu estás, não importa o quão complicado seja para ficarmos juntos. Tudo que eu quero, é nós dois juntos. Nós dois e mais ninguém.

Eu sinto vontade de apertar a minha menina,
eu sinto vontade de beijar a minha menina.
Eu sinto vontade de afagar os seus cabelos.
Eu sinto vontade de abraçá-la completamente.

Tu que estás distante de mim,
tu que levaste para longe os meus problemas.
Tu que trouxeste a felicidade pra mim.
Tu que me cativas mais e mais a cada dia...

Teus olhos lindos, tua boca bonita...
teu jeito perfeito, tua voz maravilhosa.
Aquele jeito fascinante que me cativou,
aquela beleza incrível que me marcou.

Tu que estás longe de mim.
Tu que és tudo pra mim...

Eu te quero aqui e agora, eu te quero ontem, hoje e sempre.


II

Minha menina linda, doce e bonita.
Que trouxe-me os mais lindos dos sonhos.
A mais bonita das lembranças...
O mais belo viver.

Tu que me fizeste feliz,
Tu que me fizeste ser alguém...
Tu, meu amor, apenas tu...
És dona do meu coração.

Tu, menina linda,
capaz de iluminar o escuro do meu coração,
de trazer a felicidade em meus olhos tristes...
e a beleza em minha face.

Tu, meu amor, que me cativas a todo o momento.
Que iluminas minha vida, e me encantas a todo dia.
Tu és a minha doce alegria...
E tu és o meu mais lindo encantamento.

Eu te amo e eu te quero.
Tu és tudo pra mim.
Sem ti eu não sou nada...
E contigo eu sou tudo.

Venha, meu amor, seja minha.
Faça-me o mais feliz do mundo...
e vamos fugir juntos.
Para longe de tudo!

Thursday, July 26, 2012

E quando

E quando
(Nayguel Cappellari)

Quando tu estás comigo o tempo parece passar rápido, não vejo as horas, não conto os minutos; quando simplesmente olho no relógio, o tempo já passou voando. Voando como um beija-flor, intenso em seu bater de asas, intenso em sua respiração, intenso em seu viver a cada dia. Quando eu estou contigo, não vejo nada, nem ninguém. És minha e só minha, de ninguém mais, e ai de alguém que disser o contrário.

Quando tu estás comigo, meu amor, não há mais ninguém para quem olhar. Meus olhos são teus, e te mostro o quanto eu te quero, e o quanto eu te amo. Quando tu estás comigo nada mais importa... nem mesmo o motivo desta canção.

Quando tu estás comigo eu estou completo, não vejo o tempo passar e viajo em pensamentos. Sonho acordado em um mundo irreal dentro de minha mente louca alucinada. Quando tu estás comigo és tudo pra mim...


e nada mais importa.

- E quando tu não estás comigo? Uma parte de mim deixa de viver. Minhas asas são cortadas e não vôo tão intensamente como o beija-flor, quando tu não estás aqui, apenas vivo, mas com o pensamento em ti, em mim. Em nós.

Mesmo quando tu não estás comigo, tu estás comigo, porque não te tiro da minha cabeça. Sou teu e tu és minha.

Ad infinitum. Ad aeternum.

Saturday, June 16, 2012

Capítulo I

Capítulo I

Um sonho?
Ele pensava. Só podia ter sido um sonho, afinal, ele adormecera antes de chegar ao capítulo quatro de seu livro. Estava cansado, demasiadamente cansado. Sua vida tem sido difícil e cansativa, e ele já não consegue nem pensar em que rumo tomar para melhorar seus dias. Pensa na família, nos amigos, e até mesmo nas pessoas que odeia, e percebe que tem alguma coisa errada, pois os sentimentos de outrora já não existe mais para ele. Antes havia amor e saudade dos amigos e familiares, e ódio e desprezo das outras pessoas que não gostava, agora, naquela manhã fria de junho, ele levanta-se da cama e pensa em tudo, mas não consegue sentir nada. Será que eu odeio tanto esta pessoa que não consigo nem sequer sentir nada? Será que eu não amo quase nada os meus amigos para não lembrar nem do som da voz deles? O que anda acontecendo? E eis então que ele encontra, na cadeira ao lado da cama, o casaco que usara na noite anterior e no põe, instintivamente, a mão ao bolso, e encontra a carta que lera naquela mesma noite.

Não sabia o que fazer, nem como prosseguir, dentro dele a raiva tomava conta, e o medo era o combustível para as tantas perguntas, mas nos seus olhos as lágrimas escorriam e o mais estranho, ele tinha um sorriso no rosto. Ao menos agora eu sei, pensava ele, o que está acontecendo. Tenho tantas perguntas que já não sei para onde seguir ou o que fazer. Minha vida está numa porcaria total e eu estou lastimando por pessoas que nem sequer se lembram que eu existo. E essa era a dor que mais doía para ele, a dor de ser esquecido, pois ele nunca esquecera ninguém. Mas ele chorava, e chorava porque começara a esquecer. Esquecer tantas coisas que ele queria lembrar, o som da voz de algumas pessoas, os abraços, as risadas, mas ele não lembrava de nada...

Nem mesmo ele lembrava o que havia acontecido na noite anterior de ter recebido a carta. Via rostos perdidos pela casa, lembrava das pessoas em vagas lembranças, mas não sabia os nomes, nem o que eram para ele, não sabia quem era amigo, quem não era. Imaginou que todos fossem, pois se fossem alguém que ele não gostava, ele não manteria fotos espalhadas pela casa. Foi até a sala onde havia sua estante com os livros, e não lembrava de nenhum deles, mas sabia que havia lido todos, sabia que todos aqueles livros tinham sido parte dele e moldado os pensamentos que ele tinha. Mas não lembrava de uma frase singular, ou de alguma história que eles continham. Não lembrava das suas músicas preferidas, nem dos filmes que amava. Ele era um ninguém, e estava esquecido, e estava começando a esquecer-se também.

E então ele então chorou. 

Pensava que sua vida tinha acabado, e sentou-se ao canto da sala, encostado na parede, pensando nas coisas que ele já não lembrava, e ele então desistiu tomar um caminho diferente. Se um dia ele tinha sido feliz, ele seria novamente.

Foi até a estante e pegou o primeiro livro, e começou a ler, e conforme terminava um, lia o outro, incansavelmente, sorria, feliz, pois tinha novos amigos, novos amores, novas histórias. Ele escondia-se nos livros que outrora já havia lido. E agora não precisava de ninguém, pois tinha nos livros todas as suas respostas respondidas.

E ele foi feliz assim, até que tudo mudou novamente.

- Continua.

Tuesday, June 05, 2012

A carta Sem Remetente

A Carta Sem Remetente
(Nayguel Cappellari)


Chega um momento que nem mesmo o café tem o mesmo gosto,
que os dias nublados são mais emocionantes que os dias claros e de céu limpo-azulado.
Chega um momento que a gente não consegue mais saber o que fazer e nem que rumo seguir de nossas vidas, simplesmente chega um momento que todos os fantasmas do passado desaparecem, e é aí que tu não sabes mais para aonde ir.

Quem és tu e para onde tens de ir?
Qual o caminho que tens de tomar e por quê tens de fazê-lo?
És um ser incapacitado de responder tais devaneios, és extremamente incapaz de olhar as coisas com outros olhos. E então tu percebes que está tudo parado... Parado.

O quarto está escuro, teus olhos tateiam as coisas no caminho, enquanto te encaminhas ao interruptor de luz, pra tentar acendê-la.
Percebes que, ao chegar lá, não há luz, não há nada iluminado, nada que acalente tua alma, e o escuro toma conta de tudo, e toma conta de ti.

Estás mergulhado dentro de ti mesmo, dentro do vazio de teus sentimentos, dentro do vazio de tuas estórias, e agora tu já não sabe o que fazer ou para aonde ir.

Lá fora as nuvens tomam conta do céu, ele também se torna cinza e amargo, mas é na rua que tu te sentes liberto e podes pensar em paz nos teus caminhos. É lá fora que tu percebes que nem tudo tem que ser escuro, ou claro, e nem tudo vai ser de uma maneira monocromática apenas.

Mas é lá fora também que tu percebes o quanto as coisas te machucam, o quanto o medo te afronta, e o quanto tudo que te acontece te inunda. É lá fora que tu percebes que tu eras mais seguro no escuro do que no nublado do dia-a-dia, é lá fora que tu percebe todas as coisas sem nem saber onde isso vai dar.

E neste momento nada mais fará sentido, os fantasmas do passado terão se ido e novas formas de vida irão surgir à tua volta, teus sonhos não existirão mais, e tu não serás mais nada...

a não ser tu mesmo.









Acorrentado em meio a tantas perguntas e inexistência, ele cala-se e coloca a carta ao bolso, e volta para sua cama e sua leitura e percebe que o café já não tem o mesmo gosto.

- Continua.

Saturday, June 02, 2012

Se tu pedires

Se tu pedires por uma mão, eu estenderei a minha, enquanto necessitares de companhia, terás o meu abraço caloroso e a minha voz aconchegante. Serás a pessoa mais feliz do mundo, mesmo que tenhas me atingido, mesmo que tenhas me machucado. Não guardo rancor, não guardo mágoas de nada que tenhas feito, sou apenas um mortal que pisa neste chão. Diferente dos demais, piso com força e sentimento, piso com razão e coração, sou repleto de virtudes, mas também tenho defeitos. Diferentes dos demais, sei ouvir os teus problemas, sei ajudar-te quando precisares, sei acalentar a tua alma e não acorrentar o teu coração. Diferente de qualquer um, estarei aqui para tudo que necessitares, e não apenas para te ver cair. E se tu tiveres aqui, e se tu enxergares meu coração, podes ter certeza que estarás ao meu lado, e eu estarei contigo até o fim. Independente de qualquer coisa, independente de quem tenhas sido ou tenhas feito para mim. Estarei aqui e ali, e jamais cairás sozinha. Se tu pedires por uma mão, eu te darei minha alma, e minha eterna companhia. Mas por favor, tenha consciência de quem eu sou, e de que tu podes, eventualmente, machucar-me também.

Monday, May 21, 2012

Um novo lugar

Um novo lugar
(Nayguel Cappellari)

E não há motivos para permanecer neste lugar,
meu tempo e força de vontade já chegaram ao fim.
Parto deste para um outro lugar,
Que para mim poderá ser melhor.

Há um lugar mais calmo e mais ameno,
onde minhas dores serão tranquilas e mais brandas.
Um lugar onde não haverá motivos
para eu sentir os problemas de agora.

Um mundo que não estará devastado,
uma realidade que não será a mesma.
Um lugar onde eu serei feliz,
ou estarei em existência plena.

E neste lugar não terei mais dores,
meu peito parará de doer,
meus olhos pararão de chorar,
e minha mente finalmente parará de trabalhar.

Saturday, May 12, 2012

É o final

É o final
(Nayguel Cappellari)

É o final daquele que um dia fora alguém,
que pensava nos outros e queria vê-los felizes.
Que pensava que o mundo poderia ser um lugar melhor,
e as pessoas serem dignas de confiança...

Foi-se o dia em que o mundo era belo e vasto,
cheio de flores lindas e jardins floridos,
hoje tudo se torna escuro e amargo,
num dia mais cinzento e nublado.

Foi-se aquele que um dia era alguém,
o final dos tempos para ele.
Sua essência está desmanchada,
e seu eu completamente pisoteado.

É pena eu não ter sido diferente,
não sofreria tanto.
Teria mais amores, mais paz, mais sossego.
É pena ser eu mesmo...

e hoje em dia, sentir desta forma absurda.
É pena que a vida seja dessa forma.
Que as pessoas tragam as dores,
e que a vida seja nublada.

E lá se foi aquele que fora alguém.
Uma pessoa repleta e feliz,
que queria apenas a bondade dos outros,
e não sofrer mais com eles.

Um alguém que chora que sofre,
que a cada dia tranca-se dentro de si mesmo.
Matando aquele que era bom,
e transformando-se no nada e num repleto vazio.

Friday, May 11, 2012

Do entender


Do entender
(Nayguel Cappellari)

E aquela vontade de cuspir tudo pra fora,
deixar toda a máscara de lado e 
conviver com as pessoas da forma que sinto agora.

Meu mundo devastado e minha máscara quebrada,
meus sentimentos ruins e minha mente irritada,
e a vontade de extravasar tudo de ruim de dentro de mim.

Não há palavras para definir exatamente tudo que sinto,
a raiva, a mágoa, a tristeza, a angústia.
Tudo misturado que fazem de mim apenas um extremo infeliz.

Um sentimento de profunda tristeza,
pois não gosto de ficar assim,
me machuca a cada segundo mais.

E dentro de mim as lágrimas de desespero, de raiva e de angústia.
Com pessoas que nem sequer 
merecem minha atenção.

Não tenho culpa de ser quem sou,
não tenho culpa de sentir o que sinto,
não tenho culpa de querer da forma que eu quero.

Não tenho.

Não tenho nada a não ser eu mesmo,
e minhas dores, e angústias, e tristezas,
e raiva.

Muita raiva que assola meu coração,
e destrói a minha alma...
e machuca ainda mais o meu ser.

E estou extremamente irritado,
querendo liberar isso de alguma forma,
- Será mesmo que eu fui alguém tão ruim assim em uma outra vida?

Wednesday, May 09, 2012

Se...


Se...
(Nayguel Cappellari)

I

Se eu tivesse de dizer alguma coisa,
eu confessaria tudo que tenho dentro de mim.
Todos os meus medos, todos os meus anseios,
todas as minhas vontades de desistir e de me entregar.

Se eu tivesse de dizer alguma coisa,
eu confessaria a minha vontade de fugir,
de sumir por um tempo
e esperar para ver quem sentiria minha falta.

Se eu pudesse dizer tudo que eu tenho vontade,
eu deveria ser trancado em uma sala no hospício,
pois eu seria considerado o mais louco dos insanos,
porque tudo que alimenta minh'alma é a minha vontade por ti.

II

Se eu pudesse simplesmente ser quem eu quero,
dizer tudo que eu penso e lutar por tudo que eu desejo,
eu conseguiria ser alguém feliz e repleto,
porque te traria completamente para mim.

Se eu pudesse gastar meu tempo da forma que eu quisesse,
não seria escrevendo essas canções para ti,
não gastaria um segundo do meu tempo
que não fosse estando ao teu lado.

Se eu pudesse, se eu realmente pudesse...
eu faria tu esquecer todo teu presente e todo teu passado,
e projetaria ao teu lado um futuro comigo.

Se eu realmente tivesse a chance que eu quero,
eu tenho a certeza, meu amor,
que seríamos extremamente felizes tu e eu.

Tuesday, May 08, 2012

Debut

Debut
(Nayguel Cappellari)

Lá fora a noite cai e o frio vem chegando aos poucos,
e ele vai acomodando-se dentro de mim,
deixando meu coração tão frio e cálido também...
como se fosse apenas um completo vazio.

Meu sangue já não esquenta o suficiente o meu corpo,
e meu coração tem batido menos que o normal,
mas mesmo assim sou capaz de sentir,
a dor insuportável de não tê-la comigo.

Hoje percebi o quanto fazes falta,
não de uma forma egoísta, mas algo imensurável,
não quero te ter aqui por simples capricho,
mas sim para poder afogar meus medos em teus braços.

Lá fora vai esfriando conforme o tempo passa,
e a falta que sinto por ti vai aumentando,
como se fosse uma fortaleza 
em construção.

Meu mundo está repleto de dor e desapego,
e posso te dizer com toda a certeza,
que a falta que sinto de ti,
não é nada comparada a dor em meu peito.

Sinto muito por estar desabafando deste jeito,
mas tudo que eu queria era poder te abraçar,
mas sinto que meu tempo se esgotou...
e qualquer admiração tua por mim também.

Além do mais não sou eu quem está contigo,
tens outro em teus braços,
é ele quem tu queres...
e não os meus abraços.

Sou um cara feliz e ao mesmo tempo quebrado,
pois tínhamos tudo para dar certo,
mas o que tenho de fazer,
é aceitar que não sou eu o teu namorado.

E a dor só vai aumentando enquanto a noite cai.
O frio esfria o meu coração
e me faz querer apenas...
esquecer a dor no meu peito.

Saturday, May 05, 2012

Ao meu fiel amigo

Ao meu fiel amigo
(Nayguel Cappellari)

É meu amigo, tu foste meu companheiro inseparável.
Sofreste tantas vezes, e foste despedaçado outras tantas,
Brincaram contigo, e podiam fazer o que quisessem...
que mesmo tu sofrendo, tu continuarias a sorrir mesmo assim.

Os dias aconteceram e os sonhos foram passando.
Tu foste cada vez mais machucado,
mil vezes pisoteado e sempre, sempre, meu querido,
tu continuavas sorrindo, como se nada acontecesse.

Os sonhos que fizeste,
as vontades de outrora,
os amores e os desejos,
completamente destruídos.

Mas mesmo assim, tu continuavas a manter aquele sorriso,
aquela vontade de ser feliz, aquela vontade de ser alguém.
Tu mantinhas a verdade em teu rosto, em teu corpo,
tu tinhas tudo para desabar, e mesmo assim, continuavas a sorrir.

Afundaste em pensamentos, em tristezas profundas,
mas sempre eras capaz de alegrar quem estivesse triste ao teu lado,
Fazias com que o dia de alguém, que outrora estava nublado,
Se tornasse limpo, sem nuvens, e com um sol repleto de calor.

Mas mesmo assim, dentro de ti, ainda havia aquele buraco,
o vazio das pessoas, o vazio de quem pisoteava em ti,
o vazio de todas aquelas pessoas que não se importavam em saber,
E não se importavam nem com um sorriso teu.


Sorriso, este, que tu continuavas a trazer,

que teu coração continuava a aquecer de alegria os outros
mesmo aqueles que não se importavam com o teu.
Que não se importavam de pisotear o teu pobre coração.

E mesmo assim, tu continuavas a sorrir,
continuavas a aguentar da melhor maneira possível
aqueles que jamais fariam de ti um alguém especial,
que só aproveitavam da tua boa vontade.

É por isso que eu falo isso pra ti, coração,
olhando-me agora no espelho,
sabendo de tudo que passamos, 
sabendo de tudo que sofremos.

É por isso que eu falo isso pra ti, coração,
pois o que é nosso, a gente sabe...
E mesmo com o sorriso em nosso rosto,
ou com as lágrimas que caem neste momento...

Tu e eu, coração, continuaremos juntos.
Alegrando quem quer que seja,
sorrindo da melhor maneira possível...
e sofreremos ainda muito mais.

Eu te peço desculpas, meu amigo,
por seres tão machucado dessa forma,
é culpa por sermos pessoas tão boas,
em um mundo repleto de idiotas.

Friday, May 04, 2012

Lamento

Lamento
(Nayguel Cappellari)

O aperto no meu peito
e a voz sufocante que não quer sair,
a minha mente viajando no tempo,
e fazendo lembrar de coisas que eu já pensei ter esquecido.

Meus sonhos de infância,
minhas vivências inexatas, 
a lágrima que agora escorre de meus olhos,
e a tristeza que infecta o meu coração.

Os sonhos não cumpridos, 
as lágrimas outrora derramadas,
a vontade de tê-la ao meu lado,
para nunca mais soltá-la.


II

Ó dor que aperta o meu peito,

ó angústia que sufoca minha alma,
ó dores e lamentos que perfuram o meu coração,
por que vocês não dão um tempo?


Um tempo para eu respirar,

para eu poder sorrir,
para eu poder me levantar.
Um tempo para eu ser alguém?

Ó, dores, sentimentos e tristezas,
por que vocês não se vão,
e não deixam comigo,
apenas os sonhos de outrora?

Thursday, May 03, 2012

Um alguém


Um alguém
(Nayguel Cappellari)




E é quando a gente percebe que pode recomeçar,

que ainda há alguém que acredita na gente,
e que pede para que a gente não mude a
essência da gente.

É algo tão belo, tão bonito,
que surpreende quem tenha pensado nisso.
Um alguém que é capaz de tirar um sorriso 
de uma alma machucada...

Um alguém que é capaz de tirar lágrimas 
de uma alma um tanto dolorida.
Lágrimas, estas, de felicidade, 
não de tristezas.

Um alguém que é capaz de ver 
a essencialidade da alma de outra pessoa.
Um alguém especial,
que contagia quem esteja em sua volta.

Um alguém que continua a fascinar,
mesmo que o tempo tenha passado,
mesmo que as coisas tenham acontecido...
mesmo que a armadura tenha caído.

























E junto dela,
tenha ido todos os sentimentos ruins.

Simples questões

Simples questões
(Nayguel Cappellari)

Me dói o coração sem nem entender o porquê,
tu sumiste assim sem deixar qualquer vestígio.
Desapareceste de minha vida e fizeste,
o que quiseste com o meu pobre coração.

Quem és tu que eu não reconheço mais?
O que fiz para merecer tamanha desconsideração?
Por que tenho de lamentar desta maneira,
sabendo que a gente tinha tudo para sermos só nós dois?

O que fazer se o coração lamenta?
Como seguir adiante, deixando para trás o que passou,
quando meus dias são negros e cinzentos,
enquanto meus pensamentos só voltam a ti?

E o que fazer neste dia tão intenso,
onde meus pensamentos estão voando,
e minha mente está apenas perguntando...
- O que de errado eu fiz para tu sumires assim?

Tuesday, May 01, 2012

Às sombras


Às sombras
(Nayguel Cappellari)

O que tu queres que eu faça neste momento,
onde eu poderia estar deleitando-me de tua companhia,
eu poderia estar aquecido pelo teu corpo,
E não pelas minhas cobertas neste frio.

O que tu queres que eu faça neste momento,
onde não possuo mais nada de interessante,
Sem ter companhia, sem ter nada,
vivendo às sombras de um outro.

Às sombras de outro, que quando falha,
Sou eu a quem recorres,
Que quando some,
Sou eu que tu queres.

E já não consigo acreditar no que eu vivo,
Sem saber como seguir os meus dias,
Seguindo os passos de algo,
que nem eu mesmo eu sei o que é.

E eu já não sei o que eu faço,
Ou quem eu sou.
Tudo que eu sei é que tudo está estranho,
E que lá fora o frio é tanto, igual ao teu coração.

- E quem sou eu, afinal,
a não ser um cálido poeta
Que não tem sequer a sua musa
Para aquecê-lo nesta noite?

Saturday, April 28, 2012

Do não saber


Do não saber
(Nayguel Cappellari)

Não sei porque ainda me preocupo,
andei sempre sozinho mesmo.
Tanto tempo e isolado de todos,
somente minha mente e eu.

Juntos, mergulhados em lamentos e emoções,
cheios de coisas boas e outras nem tanto,
lutando contra o passado, obedecendo o presente,
procurando um futuro.

Mas não sei porque ainda me preocupo,
andei sempre sozinho mesmo,
sem ninguém a minha volta,
que não faz mal ser deixado de lado neste momento.

O que acontece com as pessoas não me diz respeito,
não tenho problemas com elas por me deixarem de lado,
Não suporto é a falta de cordialidade e a insensatez
de que para elas só existem seus umbigos e a si mesmas.

Não sei então, porque eu ainda me preocupo,
se sempre andei sozinho em todos os meus dias,
tanto tempo e isolado de todos,
- e pelo jeito, continuarei a caminhar por mim mesmo.

Friday, April 27, 2012

Sem explicação


Sem explicação
(Nayguel Cappellari)

Não haverá palavra suficiente 
para descrever isto que eu sinto,
essa dor e este aperto em meu peito,
que consome os meus dias de forma intensa.

Não há o que eu possa fazer,
a não ser torcer para que tudo se ajeite,
se acerte, se acalme...
e tudo volte a ser como outrora já foi.

O brilho dos nossos olhos,
o brilho de meus olhos,
a felicidade inteira dentro de mim...
somente por tua causa, só por ti.

Não quero ter mais essa coisa dentro de mim,
este aperto em meu peito,
quero ter alegrias,
não este sentimento de dor dentro de mim.

Dor, esta, que eu abraço,
e assim eu vou, seguindo adiante,
tropeçando e chutando as pedras
que por ora entrarem em meu caminho.

E vai ser assim que eu vou seguir,
com dor no peito,
abraçando tudo que vier em minha frente,
não irei atravessar esta dor.

E nada mais

E nada mais
(Nayguel Cappellari)

Tudo que eu queria neste momento
era poder abraçar o mundo e demonstrar o que sinto.
O frio inconsolável que congela minha alma,
e desfaz meus pensamentos.

O frio intenso que se compara com nossa relação.
Teus olhos que outrora já foram quentes,
e hoje são mais gelados que o vento que sopra lá fora.

E não importa nada mais,
tudo que eu quero é um pouco de ti mesma,
daquela que um dia eu conheci...
Não quero simplesmente esquecer quem eu sou

quem nós somos, quem nós fomos...
Não sou um nada, a não ser eu mesmo,
E tudo que eu quero...
é parar de sentir frio nesta noite.
- Por que não vens me esquentar?

À Dor


À dor
(Nayguel Cappellari)

Me dói tanto chegar em casa 
e não te ver,
sem saber como foi teu dia
ou como tu estás...

Me dói tanto sentir isto que eu sinto,
meu coração, batendo por ti fortemente,
sem motivo qualquer, apenas porque
ele ama teu sorriso e teu jeito.

E me dói tanto não saber como fazer,
dentro de mim, as coisas não estão fáceis.
Sinto-me um inútil e inexistente,
pois não consigo te fazer querer estar ao meu lado.

Me dói ainda mais,
saber que não é no meu abraço que tu te aqueces neste frio,
me dói, também, saber que não é o meu beijo que tu espera,
que não é a minha voz ao teu ouvido que te acalma.

Me dói demais saber que tu tens um outro alguém,
que rouba os teus risos,
os teus beijos, os teus abraços,
que rouba tua presença que deveria ser minha.

Me dói demais só em pensar,
que jamais terei um doce beijo teu,
e não terei sequer um abraço quente,
e me dói saber que jamais te terei em meus braços e abraços.

Thursday, April 26, 2012

E após tua partida

E após tua partida
(Nayguel Cappellari)

E depois que tu vais embora,
o que eu digo para o meu coração?
Como faço para não angustiar-me
até o próximo dia, quando eu for te encontrar de novo?

E como faço para não sentir aquela dor?
- Dor forte por não ser a mim que tu beijas.
O que eu digo, então, para o meu coração,
se és tu a única pessoa que ele deseja?


É querer demais que sejamos felizes?

Tu e eu, juntos e juntos?
Sem ninguém para incomodar, sem ninguém
para atrapalhar?

É querer demais que fiquemos juntos?
Ou é para eu continuar com a dor
a dor forte do meu peito
por não ser eu aquele que tu beijas?

Thursday, April 19, 2012

Mais um desabafo

Mais um desabafo
(Nayguel Cappellari)


É bem sabido que no passar de nossos dias, em nossa vida muita gente irá passar. Alguns amigos irão percorrer grandes caminhos conosco, outros irão ficar por ali; muita gente irá passar e deixar um borrão, uma história, e até cicatrizes que irá nos machucar em todos os momentos que lembrarmos. Mil e uma lembranças passarão em nossa mente quando vermos algo que lembra certa pessoa, um filme, uma música, uma placa de rua, uma data especial, muitas são as coisas que nos lembrarão e nos machucarão completamente.

Para mim, datas são importantes: guardo as datas de aniversário de cada uma das pessoas importantes para mim dentro da minha cabeça. Guardo bons momentos, momentos de risada e de tristeza também. Mas hoje em dia, poucas são as pessoas que realmente se importam com isso...

Não adianta ser uma pessoa boa, uma pessoa decente, quando o egoísmo paira na sociedade. Egoísmo triste, forte. Que machuca de verdade. E eu peço desculpa à sociedade, porque eu não sei ser assim. Não mesmo.

Não sei ligar o botãozinho aquele e passar por cima das pessoas. Não sei ser grosso e egoísta ao ponto de pensar apenas no MEU bem estar. Sei, com certeza eu sei, é ajudar os outros. E como diria Raul, em sua música Carpinteiro do Universo: "Eu sou tão egoísta, que o auge do meu egoísmo é querer ajudar"... e eu ajudo, ou ao menos tento.

Tento tanto e acabo esquecendo de mim mesmo, acabo tentando consertar as coisas que não podem ser consertadas, e acabo esquecendo do meu universo, do meu microcosmo, do meu interior. Esqueço que também sou gente e também mereço ser feliz. Esqueço que dentro de mim existe um coração, coração este que só chora, sofre, implora por um momento de paz.

E sei muito bem que grito comigo mesmo por muitas coisas, e a maioria das coisas que me acontecem, são coisas que não apetecem a mim, nem ao meu coração, nem sequer ao meu pensamento... e são essas coisas que machucam.

Porque são essas coisas, que as pessoas fazem e que eu não consigo fazer, que machucam o meu interior e me fazem implorar por dias melhores.

Ninguém nunca disse que viver seria fácil, e que correr atrás das coisas e ser feliz era a coisa mais simples do mundo. E eu nunca disse que eu odeio as pessoas, odeio são as atitudes e as coisas que fazem da gente, querer agir da mesma maneira para não sofrer tanto.

Como eu já disse outrora, é mais fácil gritar, é mais fácil reclamar, a que tentar mudar as coisas de uma certa maneira. Minha vida, meu eu...

O meu grande de feito é eu pensar com o coração, e não com a minha cabeça. Talvez, no dia que eu deixar de pensar com os sentimentos, as coisas sejam muito mais fáceis para mim, mas até lá, eu tenho a certeza de sofrer todos os dias e todos os momentos. E quando eu não pensar mais com ele, podem apostar, eu terei morrido completamente, e mesmo assim, estarei sofrendo.

Wednesday, April 18, 2012

Réquiem ao contrário

Réquiem ao contrário
(Nayguel Cappellari)

Das avessas é o que interessa,
ser contrário ao que se prega,
agindo imensamente insano,
completamente doido.

Das avessas é o que interessa,
ser contrário ao que se prega,
deixarei de lado quem eu sou,
e transformarei essa dor em existência...

Notarás minha ausência,
não significarás nada para mim,
notarás minha ausência,
e eu serei tudo para ti.

Às avessas eu serei,
completamente louco, e existente.
Serei o que eu não quero ser,
para nunca mais eu sofrer.

Thursday, April 12, 2012

Apenas mais um

Apenas mais um
(Nayguel Cappellari)

A vontade que eu tenho,
é de me entregar pra ti.
A vontade que eu tenho
é de te roubar pra mim.

O que eu queria de verdade,
era beijar teus lábios e mostrar,
que és tu quem eu quero,
e é tua presença que eu almejo.

Esta batida imensa do meu coração,
que bate simplesmente por ti,
mas é ele que sente...
a falta que tu fazes ao meu lado.

II

E é chato ver que os teus lábios
não são os meus que tocam.
É triste ver que eu,
para ti não significo nada.

Tenho vontade imensa de provar
o quanto estás em minha vida.
A menina linda que eu quero...
para completar o meu desejo.

És minha, mas não percebes...
e dentro de mim o coração bate
sentindo a tua falta
ao meu lado.

Wednesday, April 11, 2012

If I Could Change Me

If I Could Change Me
(Nayguel Cappellari)

Se tu pudesses ser como eu,
eu falaria para não seres,
porque sofrer da mesma forma
duas pessoas já não aguentariam.

Se eu pudesse te transformar em algo,
te transformaria em um ninguém.
Sem te preocupares com nada,
não terias nenhum sofrimento para ti.

Se eu pudesse me transformar em alguém,
não seria em ninguém, nem em nada.
Eu simplesmente me transformaria em uma pedra.
Por que sofrer assim, já não dá mais.

Saturday, April 07, 2012

Quando eu partir

Quando eu partir
(Nayguel Cappellari)

No dia que eu me for,
quero apenas ser lembrado por ti,
quero que dentro de ti
as nossas lembranças sejam intensas e bonitas,
Tal qual foram para mim todo esse tempo que estiveste comigo.

Não quero que sintas pena de mim,
não quero que não me deixes ir.
Quero estar longe para não sofrer isto nunca mais...
E, se tu sentir minha falta, quando eu for,
apenas lembre-se do que eu sempre fiz por ti.

Sempre estive ao teu lado, mesmo que tu não visse,
Sempre estive pra te segurar, se tu caísse.
Sempre estive à tua volta, à tua espera.
Sempre estive, e jamais notaste.

E, mesmo que eu esteja em pedaços agora,
eu sei o quanto sou feliz por ter te conhecido.
E mesmo que as coisas não tenham acontecido bem,
eu estarei sempre ao teu lado te cuidando...
Mesmo que eu já não esteja mais aqui...

Quando eu subir aos céus, desaparecer por completo,
minha alma estará contigo, e te protegerei como sempre fiz.
Mesmo que tu jamais tenhas notado o quanto estive, sempre,
Sempre ao teu lado.

Friday, April 06, 2012

Desabafo

Desabafo
(Nayguel Cappellari)

E eu poderia escrever tudo que se passa em minha mente,
colocar todos os sentimentos para fora,
sejam eles puros ou impuros.
Esvaziar minha cabeça, para poder então seguir em frente.

Mas de um jeito ou de outro,
minhas mãos não estão mais aguentando,
meu corpo está caído, parado,
e já não sei o que fazer.

Entreguei-me para ti, de uma forma tão especial,
achei que poderia dar certo,
pois o teu riso,
era tudo o que eu mais queria.

Mas agora percebo que tu estás bem,
mesmo que em braços que não sejam meus,
agora eu percebo que tu voltas a sorrir...
mesmo que não seja eu a te abraçar.

Sinto-me um inútil,
um perfeito imbecil,
fazendo papel de idiota,
e sem saber pra onde ir.

Monday, April 02, 2012

E a vontade

E a vontade
(Nayguel Cappellari)

E a vontade de sair contigo?
De ir ao cinema ou me divertir um pouco?
De te fazer sorrir, de ouvir o som da tua voz.
De te fazer bastante feliz enquanto estás triste...

E a vontade de sair contigo?
De simplesmente fazer o tempo parar...
e te fazer a tua tristeza ir embora
enquanto tu sorri com teu jeito encantador.

E a vontade de sair contigo,
para simplesmente...
Um sorriso teu roubar?

Sunday, March 25, 2012

Tua culpa

Tua culpa
(Nayguel Cappellari)

E a culpa é tua, coração,
por conseguir acreditar em falsas promessas.
Por ouvir poucas vezes o que a razão te diz,
por agir de forma impetuosa e sofrer dessa forma.

A culpa é tua, coração,
por estares agora tão devastado.
Por precisares tão acintosamente de uma companhia...
por estares em frangalhos neste momento.

A culpa é tua por estares sofrendo de forma tão ridícula,
tão insana neste exato momento.
Mas o pior, é que por mais que tu saibas disso,
e a razão também... o sofrimento não muda. Não muda.

Tu continuas aqui dentro, batendo e implorando,
por um mundo de felicidades e alegrias...
e a razão desconhece o motivo por tamanha desalegria.
E a inexistência dela faz com que fiquemos tristes, coração...

Tu, a razão e eu...
um só corpo, uma só pessoa...
chorando juntos e lamentando...
por um futuro que não chega.