Friday, September 21, 2012

Hoje

Hoje
(Nayguel Cappellari)

Hoje é um dia daqueles,
em que o mundo torna-se um fardo.
E as pessoas tornam-se completamente
insuportáveis.

Hoje é um dia daqueles,
em que os sonhos são desfeitos,
e o coração fica apertado...
porque tudo lá fora é intenso,
e ao mesmo tempo sem intensidade alguma.

Hoje é um dia daqueles,
em que meus olhos entristecem-se demais.
E minhas tristezas pairam sobre o ar...
é um dia daqueles em que eu desisto,
de tentar acreditar que um dia
tudo pode ser diferente.

Hoje é mais um dia daqueles,
em que eu quero desistir de tudo.
Que eu quero largar tudo e nada mais...
Hoje é mais um dia daqueles,
em que eu não quero estar mais vivo.

Hoje é um dia daqueles,
em que eu entrego-me aos céus,
dou-me à terra de onde vim,
e de onde nunca deveria ter saído.


Hoje é um dia daqueles,

em que eu choro de angústia, 
de raiva, e de medo.

Hoje é um dia daqueles,
que meus sonhos já não existem mais.


Hoje é um dia daqueles.


Hoje... não sou mais nada.
A não ser tudo o que eu um dia
tive medo de me tornar.

Saturday, September 15, 2012

Balança do Tempo




Balança do Tempo

(Nayguel Cappellari)


E a chuva compete com meu coração,
levando de mim a única esperança que me restava,
fazendo-me acreditar que um novo dia
jamais irá aparecer.

Mas o mundo lá fora é estranho,
e meu mundo aqui dentro é mais estranho ainda.
Meus sonhos e meus medos,
contrabalanceiam-se com seus pesos.

O medo que rege minha alma,
a tristeza e o arrependimento,
fechando-me em uma coisa completamente diferente
do que eu um dia eu fui.

Mas os sonhos, os dias constantes com sorriso ao rosto,
os pensamentos lá fora,
isso tudo junto...
Acalmando-me a alma, acalentando-me o ser.

Relaxo os músculos de meu corpo,
espero alguma mudança acontecer,
e enquanto isso não acontece...
a balança tende a permanecer no mesmo lugar.

Lugar, este, que leva meu coração...
que vai subindo e caindo, caindo e subindo...
tal qual um navio...
na tormenta de meu mundo.

Sunday, September 09, 2012

À minha doce Feneca

À minha doce Feneca
(Nayguel Cappellari)


E o tempo lá fora estava nublado, como se o sol não fosse mais abrir, ou até mesmo a lua, não quisesse aparecer lá para iluminar nada. Era assim que ele se sentia, como se estivesse nublado dentro dele, como se nada tivesse realmente um gosto bom para aproveitar os seus dias. Ele apenas ia vivendo um dia após o outro, sem se importar com nada, nem mesmo com o vazio que ele sentia dentro de si.

Acontece, que sem mais nem menos em um dia tudo tornou-se diferente, o mundo tornava-se colorido e ele não tinha mais razão para estar tão vazio. O dia nublado já não existia, a chuva não mais atormentava suas ideias. E ele só queria saber de viver os dias com o motivo de felicidade que reluzia em seu peito: uma única pessoa capaz de fazer isso acontecer.

Ele vivia feliz, imaginando como seria envolvê-la em seu abraço, em seus beijos, em seus enlaços. Ele vivia um dia após o outro, sorrindo e a cada dia mais feliz que o anterior, porque sabia que a barreira que ele havia construído outrora, já havia sido derrubada. Pedra sobre pedra.

E o motivo para tamanha felicidade era apenas um, ou melhor, vários motivos em um só, aquela pessoa capaz de fazê-lo mudar de ideia, de enlouquecê-lo em pensamentos, de acalmar seus medos, de fazê-lo planejar seu futuro.

E ele vivia feliz, vivia alegre, vivia cada dia melhor que o outro... mas ainda com a certeza na mente, de que no dia em que ele sentí-la em seus abraços tudo será maravilhosamente melhor.