Tuesday, October 29, 2013

Palhaço

Palhaço
(Nayguel Cappellari)

O mais engraçado é não perceber algumas coisas.
Como por exemplo quando mais eu preciso de atenção, de carinho.
De afago, de tua companhia.

O mais engraçado é não perceber como o meu coração está apertado,
sufocadamente dolorido. Angustiado por toda essa situação existente.
O mais engraçado é não perceber como minhas lágrimas escorrem,
a cada segundo que passa, o orgulho engolido.

O mais engraçado é não entender...
o que se passa em minha mente e em meu coração.
O mais engraçado é deixar para depois,
o que jamais será reencontrado.

O mais engraçado é sair, e esperar pelo próximo dia,
enquanto o meu coração aperta, a minha mente implora,
a minha alma sangra e
as minhas lágrimas caem.

Sunday, October 27, 2013

Ad postremum.

Por que sentir essa dor tão forte em meu peito?
Por que sentir que o caminho não há mais volta?
Como seguir adiante, após esse mar de tristezas profundas?
Como mudar sem deixar para trás a essencia de outrora?

Saturday, October 26, 2013

E o que dizer?

E o que dizer?
(Nayguel Cappellari)

I

Saudade do sorriso sincero,
do jeito encantador.
E da brisa calma da manhã ao acordar.

Saudade de estar ao teu lado,
(mesmo que em pensamento).
De te ter aqui comigo, de poder sonhar contigo.

Saudade daquele tempo em que nos amávamos.
Daquele tempo em que tudo era colorido,
e não tinha os dias ora nublados, ora escuros.

Saudade de quem nós éramos...
de quando nós eramos.
Saudade de poder ser tu e eu...
sem nada, nem ninguém interferir.

II

E a vida lá se fora, junto dela foram os sentimentos
e todos os momentos felizes de nós dois.
Lá fora a vida continua enquanto dentro de mim meu mundo para.

E ele para por ter perdido a coisa mais importante que foi dele.
Por ter perdido a razão de continuar sorrindo, de acreditar...
De acreditar que as coisas eram felizes e poderiam ser boas.

E lá fora o mundo caí, o mundo gira, e dentro de mim
o meu mundo some, desaparece e nem sequer se mexe.
- Por que tinha de ser assim? - Eu penso.

III

Aqui dentro faz tanto frio, olho ao redor e só há escuridão. 
Quem foi que apagou as luzes? Quem foi que extinguiu com a luz do sol?
Quem foi que levou toda a alegria dos meus dias? Das minhas manhãs felizes?

Aqui dentro é tão doloroso, e doloroso também é o meu mundo. 
Não apenas aqui dentro está doendo, mas tudo perto de mim está se indo.
Quem foi que levou-me para longe, quem foi que me tirou do lado dela?

IV

E o mundo lá fora...
continua girando.
E aqui dentro já não há mais nada para sentir...

Porque aqui dentro não há mais nada.
Nem frio, nem calor. Nem dor, nem amor.
Nem eu. Nem ela.

Friday, October 25, 2013

Adeus, então

Adeus, então
(Nayguel Cappellari)

E me despeço com lágrimas aos olhos, com dores no corpo e no peito.
Me despeço com a cabeça erguida, sabendo que eu fui o único a realmente a acreditar,
e que hoje lamenta a perda total de nossas vidas.

E eu me despeço, com lágrimas nos olhos, e com o corpo dolorido.
Despeço com a alma despedaçada, com o olhar inerte.

Despeço-me, portanto, para sempre de ti.
E de todos.

Thursday, October 24, 2013

Eu te falei, coração

Eu te falei, coração
(Nayguel Cappellari)

Eu te falei, coração... que quem sofreria no final serias tu mesmo.
Eu te disse que as coisas não eram pra ser assim,
mas foste teimoso o suficiente para te incentivares sozinho.
Teus pensamentos, tuas ilusões. Tuas boas vontades, teus desejos.

E a que tudo se resumiu? A nada... a simplesmente nada.
Ou melhor: a tudo. A dores profundas, a apertos incessantes em ti, coração.
Em vontades de explodir, hoje mesmo, quantos infartos tu não quiseste ter?
Sim, coração, isso tudo é culpa tua... por teres acreditado em ti mesmo.

Por teres acreditado, de novo, em outra pessoa.
Por teres confiado em alguém que estava ali por ti, mas não todo o tempo
que nem tu estavas para ela, coração.
por tu seres assim, inocente, ingênuo, doce... melancólico.

E hoje, coração, tu estás em pedaços, sem nem conseguir fazer o teu trabalho direito.
Com raiva do futuro que tu não consegue imaginar.
Aquele desenho bonito de outrora, tua casa, ela ao teu lado...
e todos os animais que vocês iriam cuidar, juntos... não existe mais.

Não existe, tal qual o amor que uniu você dois.
Não existe mais.
Não existe mais nada, coração...
a não ser a dor, o vazio, e a tua lamentação.

Monday, October 21, 2013

Dor

Dor
(Nayguel Cappellari)

O buraco em meu peito...
a dor forte, invadindo-me o ser.
Atrapalhando minha sobrevivência
nesse mundo repleto de horrores.

Meu coração ainda sangra.
Demasiadamente inocente neste mundo podre.
Com dores fortes por ter acreditado que um dia...
tudo poderia ter sido diferente.

Fui fragmentado em pedaços mínimos
do que um dia eu já fui.
Agora só peço que tudo passe,
pra eu poder recompor-me novamente.

Saturday, October 19, 2013

Talvez

Talvez
(Nayguel Cappellari)

E essa dor que não sai,
que não para de bater, de assolar meu peito
e a minha alma....
essa dor forte que não some,
que destrói tudo que sonhei...

Quando irá parar de doer?
De apertar o coração?
Quando irá parar de me sufocar?
Talvez um dia acabe tudo...
dor, raiva, angústia e solidão.

Sunday, October 13, 2013

Estrela

Estrela
(Nayguel Cappellari)

E lá fora outra estrela brilha
Como jamais brilhou outrora.
O mundo dele se esvai
Enquanto lá fora outra estrela cai.

Dor enorme e profunda,
onde a escuidão toma conta.
Lá fora o tempo vai
Para longe junto com o resto.

O resto do poeta que sonhou
Em um mundo vasto e bonito.
E que só tem uma coisa a fazer,
que é largar exatamente tudo.

Lá fora cai o mundo
e enquanto brilha outra estrela,
a deste jovem poeta que escreve
se apaga lentamente.

Tuesday, October 08, 2013

O jeito é...

O jeito é...
(Nayguel Cappellari)

O jeito é fingir que tá tudo certo
negar que tal qual a tempestade la fora
encontra-se meu coração.

O jeito é acreditar que as coisas podem melhorar,
quando nem mesmo o significado de melhora
a mente consegue encontrar.

O jeito é sonhar com um mundo mais calmo,
não o externo, o jeito é ser mais egoísta mesmo,
pensar em si, lutar contra tudo e todos os sentimentos ruins.

O jeito é acreditar que tudo vai melhorar...
mesmo que as lágrimas caiam de uma maneira
difícil de se consolidar.

O jeito é esperar que tudo se ajeite...
porque se dependesse de ti, coração...
estávamos fadados à tristeza total.

E não há mais o que fazer
a não ser esperar...
que a tormenta venha com tudo e leve para sempre...
a alma desse pobre poeta sonhador.