Sunday, May 27, 2007

Contos de Fadas


Contos de Fadas
(Nayguel Cappellari)

Vivendo o capadócio mental.
A destruição do ser humano, eu vejo.
Sonho e sonho...
Noites e noites sem dormir.
- Não vês que é por causa tua?

Preciso-te aqui, fada minha.
Onde foste parar?

Será que estás, amplamente, destruída?
Tal qual os demônios e os anjos desta geração?
Onde foste parar, fada minha?

Será que estás em meus olhos, em suma,
na sua exatidão?

Onde estás, fada minha?

Sonho e sonho...
noites em claro e com demasia vontade de chorar.
Onde foste parar, fada minha?

Será que estás a minha procura?
Ou já desististe, tal qual a tua inexistência inoperante?
Ou talvez,
nunca existisse mesmo...
Talvez tenha sido apenas...
bobagem minha.

Invenção, mera invenção da cabeça de um lunático.

Monday, May 14, 2007

Diálogo

Diálogo
(Nayguel Cappellari)

Olhando para o céu, eis que vejo algo perturbador.
Olho para cima, e eu fico tonto, não entendo nada mais...
Palavras resplandecem em inconstantes estigmas...
Perfurando-me o ser e não entendo nada mais, nada. Nada.
Olho para o chão e fico tonto, eis então que algo me atormenta.
- Que vergonha seu poeta, por que choras dessa maneira?
Olho, então, desconfiado para meus pés, e vejo, pequenino ali parado, olhando para cima, uma criança, mal vestida e de sorriso ao rosto.
- Minha criança, tu és deverás pequenina para entender...
E a criança me abraçou calorosamente e apontou com seus dedos sujinhos para o céu.
- Aquilo lá é uma estrela, mamãe disse que estaria cuidando de mim lá de cima.
Esticou-se novamente, e mostrou o sol.
- Aquele é meu papai, ele disse que estaria me olhando sempre, iluminando minha vida. Por que choras, seu Poeta?
- Minha pequenina criança, vejo-te nos meus olhos, em minha infância, acho que eu sou deverás pequeno para entender.
- Por que choras, seu Poeta?
- Choro, meu pequenino amigo, porque estou feliz. As estrelas tirintilam brilhantes ao longe, tua mamãe jamais deixar-se-á de brilhar. O Sol fulgaz, jamais deixar-se-á sua incandecência. Choro, meu amiguinho, por que estou feliz.
- Eu também quero chorar de felicidade.
- Por quê, pequenino?
- Porque eu encontrei um amigo especial, eu encontrei seu poeta.

Naquele dia choramos os dois.