Monday, June 26, 2006

Reclamações?



Reclamações
(por Nayguel Cappellari)


As pessoas ainda têm a insuportável coragem de me dizer, amigos, que não se importam para que os outros pensam. E muito menos, que não se importam com o que as outras passam ou fazem.
Que lamúria! Afinal de contas, o que somos nós perante essas pessoas, que na chuva sentem frio, enquanto nós passamos o tempo aconcheganwtemente embaixo das cobertas? O que importa, pois, para elas, se na verdade elas têm comida todos os dias, enquanto outras, apenas comem uma vez por semana?
O que importa, para elas, se todos os dias - mesmo que faça chuva ou faça sol - elas possam ir à praia? Enquanto outras, nem fazem idéia o que é a água, ou até mesmo, não saibam o significado da palavra praia.
O que importa se elas podem faltar as aulas enquanto estudam... E as outras pessoas, é, aquelas mesmas que comem lixo, que vasculham o mundo todo por um lugar decente para viver, sem que sejam importunados por insetos, temporais, mal agouros. Estas pessoas que faltam aulas enquanto estas outras dariam tudo para estudar.

E até mesmo agora, quando eu escrevo esta pequena reflexão, eu penso em reclamar que aqui em casa eu tenho para comer sopa, pois está frio. Enquanto, essas pessoas não têm nem mesmo uma mísera gota d'água para se preparar esta comida.

É estranho como o mundo é estranho.
É estranho como a gente pensa estranho.
É estranho, como na verdade, nós só olhamos para nós mesmos.

Ah, Krishna talvez entenda.

Saturday, June 17, 2006

Confissão


Confissão
(por Nayguel Cappellari)

Eu estava lendo o livro Mahabharata, que conta a história do maior épico de todos os tempos, o Baghavad Gita.
E me veio uma tão doce vontade de escrever, e eis aqui eu.

Estou tão chateado e ao mesmo tempo tão estupefato com a leitura e com a minha vida (não necessariamente respectivamente).

Aos olhos de todos os mortais, eu gostaria de dizer, estou tão frio que não seria capaz de expressar tamanha vontade de amar agora.
Talvez tenha sido por tantas vontades de tê-la ao lado,
- ou simplesmente por sonhar que havia tido.

Hoje, sim, decidi desistir disto.

Nossa, ele desistindo? É, é incrível.

Não desisti, não mesmo.

Apenas dei um tempo.

"Hey, minha linda, me dê um tempo, tá?", era isso que eu queria dizer a ela. Mas nem sei quem é essa infeliz que maltrata meu ser.

Como queria ser como Arjuna, o tão melhor dos manejadores de armas. Ou mesmo como Bima, o poderoso e forte Guerreiro, com sua força insuperável. Ou quem sabe o inteligentíssimo, Iúdistira? O governante capaz de entender de leis e princípios religiosos.

Ou queria ser igual o poderoso Brahma Drona, pupilo de Parasurama, grande entendedor das técnicas das armas.

Enfim, eu não sou nenhum deles.
Sou apenas eu, Nayguel Cappellari.
Um infâme jovem poeta sonhador.
Que anceia o teu doce beijo.

Sunday, June 04, 2006

Poema à um novo mundo parte II


Poema à um novo mundo parte II
(Nayguel Cappellari)

E então, o mágico ouve.
Ouve que tudo é mais uma pura simpatia.
Descobre que o mundo é simples imaginação.
E que o contrário do bem, não é o mal, e sim a falta de.
Entende que com o azul do céu se faz as águas do mar.
Entende também, que a amizade não são contratos à longo prazo.
E que o mundo é simplesmente humilhante.
E depurador.
Percebe que os seres humanos são monstros.
E o pobre do mágico, querendo fazer uma mágica para mudar o mundo, morrerá tentando, porque nunca conseguirá aperfeiçoar a mágica da sutileza humana.
E o pobre mágico apodrece.

Saturday, June 03, 2006

Palavras


Palavras
(Nayguel Cappellari)

Palavras indicam sentido
Palavras são sentimentos
Palavras são destruições
Palavras são inertes
Palavras são inesquecíveis

- Como palavra prefiro criar,
criar um novo sentido,
um novo substantivo.
Sofreti é a palavra
criada da aglutinação de
sofro por ti.

Palavras me ensinam
Palavras me ajudam
Palavres me consomem
Palavres me equivocam

Palavras que se dizem,
Palavras que se cantam
Palavras que se amam.
Palavras que se almejam.

Palavras que magoam
Palavras que matam
Palavras que alucinam.
Palavras,
mesmo que ao vento,
jogar-me-ei à elas.

Palavras me deixam doido
Palavras me destróem
Palavras me ajudam
Palavras me amam.

-Se trocar palavra pelo seu
nome, meu poema seria perfeito.