Friday, November 30, 2007

Livro.

Dedico este livro a uma pessoa extremamente importante na minha vida...
A C.C.



Capítulo 1

Houve-se um estampido, um barulho extremamente forte. Hermes não sabe o porquê, apenas levanta-se do colchão, e quando se encaminha à porta do quarto, o homem pega - encostada à parede - uma barra de ferro.
Hermes começa a caminhar lentamente em direção às escadas, e enquanto desce tranqüilamente, ouve vozes desconhecidas. De longe, avista dois homens estranhos roubando suas coisas. Hermes sem apresentar-se preocupado, chega perto dos homens sem ser notado e com a barra, acerta-os com tamanha violência que um deles fica inconsciente. Quando os homens caem, um deles deixa cair também sua arma, Hermes a apanha ainda aparentando estar calmo.
Mais tarde, depois de prender os dois em uma cadeira e deixá-los presos com uma corda, Hermes tenta conversar.

- Calor hoje, não? Começa a conversa Hermes com um sorriso ao rosto.
- O que você quer da gente? Diz um dos homens.
- Quero saber o que vocês fazem aqui.
- Nós queríamos fazer dinheiro fácil.

Houve então um silêncio. "Ladrões normais?" Hermes pensava.

- Parece que o teu amigo tá meio mal, não?
- Desgraçado, você o machucou seriamente.
- Cala a boca, aqui quem manda sou eu.

Nesse tempo, o outro homem acorda desesperado, e começa a se mexer furiosamente, mas em
vão, pois não consegue libertar-se das cordas.

- Então, me digam, quem são vocês?
- Eu sou Silca, e este ao meu lado é o Salvador - diz o homem que antes estava inconsciente.
- Prazer, eu sou Hermes.
- Me digam, onde vocês colocaram o Majari, meu cachorro?
- Ele está ali na rua. - Disse Silca.

Hermes sai com a arma e a barra nas mãos e quando abre a porta vê o cachorro estirado no chão, inerte.
Hermes, transbordando raiva e com os olhos inchados de água vai falar com os bandidos.

- Quem foi o filho da puta que fez aquilo?
- Ele não sentiu dor, não senhor. - disse Salvador.
- Não? Não sentiu?! E isto, tu sentes isso?

Hermes dá um soco na cara de Salvador, a violência foi tanta que o nariz parecia ter quebrado.

- Fui eu senhor, eu dei uma carne com excesso um produto estranho, que parecia que corroía quem ingerisse a carne... - disse Silca.
- E ele não sentiu dor?! Seu filho da puta.
- Eu vou te dar dois segundos para fugir.

Hermes o soltou, quando Silca corria em direção às escadas, Hermes deu um tiro na perna do bandido. A perna direita sangrava. E, sem equilíbrio, Silca cai no chão e bate de cabeça na perede e acaba morrendo.

Salvador vê aquilo e fica horrorizado e começa a chorar.

- Agora é a tua vez, meu velho. - Dizia Hermes, sorrindo.
- Não, senhor, eu tenho família.
- Eu também, Mijari era a minha família, seu filho da puta.

Hermes vai à cozinha e pega uma faca, chega perto do homem e corta-lhe a garganta. O homem morreu rápido, sem dor.
Antes de fazer uma ligação, Hermes pega os documentos dos bandidos, lê algo como Renato Salvador e Francisco Silca. Ambos tinham trinta e três anos. Hermes sorriu e, com a faca, fez um símbolo nas costas de cada um. Era um "H" de forma diferente, em estilo rústico.

- Alô? Sim, o que deseja patrão?
- Código 03, Felipe!

Cinco minutos depois, Hermes já tinha ido dormir de volta, e Felipe chega à casa de Hermes, entra tranqüilamente pela porta, como se estivesse a chave, e leva os corpos embora.

No outro dia, Hermes mandou flores à Helena e um cartão que dizia: "Sinto muito pelo seu marido, mas, infelizmente, ele mexeu com o homem errado. Assinado H." Junto com as flores e a carta, foi enviado para a mulher, o dedo do marido com a aliança.
Hermes, um homem de vinte e sete anos, com olhos verdes misturados com mel, cabelos loiros e compridos, cavanhaque e bigode. Aparentemente, Hermes tinha seus contatos...

Thursday, October 04, 2007

E as coisas acontecem


Cansei de tudo... por isso resolvi escrever aqui. Em minha mente não tenho nada, nada mesmo. Ouço algumas músicas, faço algumas questões difíceis para o estudo para o vestibular, ando feito um zumbi à rua e, só não ataco às pessoas por uma simples questão que ainda mantém-se viva em mim: a minha mente.
Sim, eu ainda tenho consciência das coisas, ainda tenho. Infelizmente, meus olhos estão fechados, minhas mãos cansadas de segurar o peso, e meu corpo não querendo mais suportar. Minhas pernas querem cair, precisam descansar, queriam deitar.
O céu, qual seria a verdadeira cor dele? Para onde foi parar o azul maravilhoso que antes ele abrigava? Agora, com meus olhos vendados, não consigo enxergar nada. E agora, o que eu faço de mim mesmo? O Zumbi anda a caminhar, espreitar a vida, as coisas. E ela, ali, simplesmente linda, rindo das coisas, parece estar tão bem. E ela, ali.
O que eu faço agora?
Um beijo não posso pedir. Afinal, eu sou um zumbi.
Um abraço não posso pedir, afinal, sou um zumbi.
Nada, não importa, nada que eu tente, nada, irá trazer-me à tona o que tenho a dizer.
E o pior de tudo, que o zumbi anda a agonizar a cada dia mais e mais.
Um dia, talvez, eu consiga voltar a ser um ser humano.
Talvez no dia em que ela, consiga olhar para meus olhos e aceitar o que eu tenho em meu coração.



E a mágica se [des]faz.

Tuesday, August 21, 2007

Loucura de um mero fã.

Bom, a principio eu estava pensando em continuar o meu livro, escrever a segunda parte, que muitas pessoas já me pediram. Mas não quis. Simples, hoje é uma data muito especial. Poucas vezes tu me vistes, recordando datas ou ainda as guardando. Aqui no blog eu até dato os meus poemas, mas não gosto desta prática, o poema é eterno, não exclusivamente de agora, de ontem, ou de dez anos atrás. E por isso, prefiro não escrever as datas. Hoje, como eu ia dizendo, é vinte e um de agosto de dois mil e sete (21/08/07). Poucos sabem o que isso significa para mim, mas é como se minha vida dependesse deste momento.
Contarei então.

Aconteceu faz dezoito anos, em 1989, na época que o Muro de Berlim fora derrubado. Na época que o mundo deixou de ser bipolar. O dia que Raul Santos Seixas, estimado poeta, célebre compositor e incrível anarquista natural, se fora.
E é aqui, que tudo começa.

Eu sei que todos nasceram com a sua voz, pra dizer, pra falar. Sei que ao meu lado terei alguém para segurar minha mão, não deixarei nunca a solidão me assustar. Oh, meu mestre... Oh, meu mestre. Mata meu medo, nas letras de tuas músicas.
É bem assim que a coisa acontece.

Lembro que eu havia ido ao dentista, e lá, peguei alguns cds de músicas emprestados com ele, e num destes cds, veio Raul Seixas por engano. Sério, por engano! E a partir daí, minha vida mudou. Pô, eu tinha só nove, dez anos. E tava ouvindo Raul Seixas. Um cara que já havia morrido e eu nem sequer poderia ver um show. Pois é... lembro-me ainda, do dia que descobri que Raul já estaria morto. Recebi a notícia de minha mãe, e eu dei um sorriso, fui ao meu quarto e me tranquei, e comecei a chorar. Chorar. Chorar. Nunca veria o show dele.
E então comecei a fazer pesquisas sobre Raul. E não é que eu comecei a pensar com as pesquisas? Deixei de ler livros da série vaga-lume para ler livros da Aghata Christie, deixei de gostar de filmes de ação para pensar nos filmes dramáticos. Raul abriu-me um novo mundo. O mundo da poesia. Este, o qual não largarei mais. Fascinado e determinado em seguir com a Escrita e com a poesia até os últimos dias da minha vida.

E eu sei que em determinada rua alguma coisa pode me acontecer. E eu sei, que por mais que eu cante, meu canto não chegará aos pés do
Baghavad-Gitã, canto fabuloso ao Deus Krishna. E por mais que eu queira, não conseguirei seguir em frente, sem que eu tenha minha cabeça erguida e em minha mente Um Som para Laio ou ainda, que trancafiado em meu mundo eu tenha o meu Ouro de tolo, ou o próprio Diamante de Mendigo, quem sabe assim, minha vida não tenha sentido.
E mesmo que a mosca pouse em minha sopa, eu saiba controlar a situação, fazer de minha paranóia a Loteria da Babilônia. Que enquanto eu estiver pronto para deitar, e ficar olhando para cima pensando nela,
Nuit, a deusa da Noite, me ensine a Magia do Amor. E que com o sorriso em frente eu consiga, mesmo que tenha perdido uma batalha, Tentar Outra Vez. Por que só assim eu conseguirei guiar os meus Caminhos na mais bela e profunda vontade.
E que sem
Cambalache a minha vida siga, com o pensamento vivo e com um Canto para minha morte premeditado e que, no Prelúdio, eu consiga viver como Meu amigo Pedro, e não deixar o poder subir ao meu rosto como Al Capone fez.
E por agora eu vou deixando um Forte Abraço a todos, pois meu trem está para sair,
O trem das Sete. O último do sertão, do sertão.

E mesmo que eu não encontre o
Sábio Chinês, minha vinda à Terra já tenha valido a pena, afinal, a minha vida toda se resume na Areia de uma Ampulheta, tudo isso por causa de Você, Raul Seixas.

Obrigado, por tudo!

Wednesday, August 01, 2007

No escuro


No escuro
(Nayguel Cappellar)

À noite batendo desesperadamente.
À noite batendo desesperadamente.

Gritando, ou talvez querendo gritar.
O sonho tentando despir-se.

E a vida tentando pular.
Os olhos tentando vê-la. [ou realmente precisando]

E as mãos caídas por falta de carinho.
O sangue, bombeado, de raiva.

A faísca da alma, querendo gritar.
Imagens e fantasmas que o entorpecem.

E o poeta traga feito vinho.
E o coração à noite desesperadamente batendo à porta para sair.

Saturday, July 28, 2007

Pequeno Livro de Bolso.

Dedico este livro a uma pessoa que sempre esteve ao meu lado.
Uma amiga sem igual. Uma pessoa incrível.
Dedico este livro não apenas a ela, mas qeu em seu nome se faça o nome dos meus outros amigos inseparáveis.

A N.M.


Capítulo I

Era Julho, o ano não me lembro muito bem, sei que na época eu deveria ter vinte e seis ou vinte e sete anos. Não tinha mais família nem sequer um amigo. Estava prestes a me lançar à lâmina do ceifador, mas naquela noite fatídica, tudo mudou.
O dia ao certo eu não lembro, minto, o que eu não lembro é a data. O dia? Bem, era uma terça-feira. O presidente do Brasil acabara de sair em viagem a então África da América do Sul, o chamado Haiti.
Não se sabe o que cargas d'água aconteceu, mas o presidente Paulo Cesar Lemos não voltou. Nem seu corpo fora encontrado. Duas, por volta das duas horas o telefone tocou e eu coloquei a televisão no mudo, a linha fora interrompida com a voz de um conhecido e a muito tempo desconhecido, o capitão Dorne. Ele falava algo que eu não conseguia ouvir, sua voz era agitada e seus dentes rangiam tanto que do outro lado da linha eu conseguia ouvir batendo. Eu pedi que meu velho amigo se acalmasse, e ele então, depois de um longo tempo, conseguiu. E começou a me falar. Tentarei transpassar o melhor que puder o nosso diálogo, talvez eu peque um pouco, pois faz bastante tempo que isso aconteceu.
"Hey, Hermes, lembra de mim? William, William Dorne, fui seu companheiro na polícia" ele falava. Conversei dizendo que lembrava dele... e ele começou a dizer tudo que havia deixado-o emudecido, pálido, triste.
- Bem, você deve ter ouvido sobre o desaparecimento do nosso presidente, mas nem sequer tem idéia do acontecido. Pois bem, vou lhe falar.
No dia em que ele viajara, o presidente avisara sua secretária que chamasse um carro, ela prontamente o atendeu e, antes de sair, ele disse que estaria indo para a casa de um amigo, visitá-lo. Pois o presidente falaria com ele sobre o povo do Haiti, tentando achar um jeito e um plano de combater a fome lá, sem desbancar a economia brasileira, que há muito estava crescendo. O presidente então fora visitar o senhor Leonardo Amaral, o ex-ministro da segurança nacional.
O problema é que logo após seu desaparecimento há duas semanas, tentamos encontrar Leonardo, mas ele disse que não houve sequer uma reunião com o presidente. E que há muito esperava que ele o chamasse para conversar, infelizmente, não aconteceu.
Isso me intriga, porque sabemos que ele não está mentindo, ele tem álibi, a mulher teria ficado com o homem até a manhã, quando ele saiu para trabalhar. Os filhos também disseram que o pai esteve em casa e que o presidente não fora visitá-lo.
Mas então onde diabos teria ido o nosso desaparecido? Não é aí que termina, eu digo, no mesmo dia que falamos com Leonardo, recebemos a ligação de sua esposa, dizendo que ele teria se matado com um tiro na cabeça. Fizemos a perícia do caso e realmente foi fechado como suicídio. O pior, é que a mulher estava em casa e ouviu o estouro, os filhos tinham ido a escola, era de tarde, ele teria voltado para pegar uns papéis para o escritório onde trabalhava. O Senhor Leonardo se suicidou, o presidente desapareceu, e não temos sequer indícios de onde isso vá parar.
Por favor, quero que você volte, meu amigo, para que a gente consiga combater isso. Por favor.

Isto foi tudo que ele me falou, talvez eu tenha omitido algo, mas tentei ser o melhor detalhista possível. Minha resposta a William Dorne foi que eu tentaria ajudá-lo sem me envolver com a papelada policial. Seria um detetive particular.

E eis que de uma hora para outra minha vida vai de cabeça para baixo.



(Continua)

(Nayguel Cappellari)

Wednesday, July 25, 2007

Ao espelho.

Ao espelho
(Nayguel Cappellari)

Simplesmente falarei tudo que vier em minha mente neste exato momento.
Nada mais importa, nada mesmo...

Vocês devem saber, quem está falando aqui não é o poeta, mas sim o adolescente de dezessete anos que tinha a vontade de mudar o mundo.
O adolescente que tinha vontade de mudar o mundo, de fazer as pessoas sorrirem, de sorrir com elas... O adolescente que queria acabar com a fome, o adolescente que queria sentir o amor entre as pessoas. A amizade o conforte.

Mas as coisas são tão complicadas, os olhos, o mundo, tudo... os amigos que se foram... aquele beijo tão esperado daquela menina [a qual nunca o olhou]... tudo é tão complicado, e o mundo continua a badalar... as pessoas têm fome. As crianças também. Os homens não têm emprego e matam por isso... e o adolescente chora, porque não sabe o que fazer. Não sabe o que fazer, nem para beijar a menina, nem para acabar com a fome. Seja na África, seja no Brasil, seja no Haiti. E o adolescente de dezessete anos já não sabe mais o que fazer.
Para ele, tudo é questão de tempo, que o mundo melhorará... mas ele só vê morte, destruição. Nada, nada nem ninguém é capaz de percebê-lo tão triste. E por mais que ele faça o impossível para não ler os jornais, e nem assistir os noticiários televisivo, ele percebe...
Percebe mais morte, mais destruição. Por que as crianças ainda sentem fome, e caem no chão por isso. Porque tem gente roubando do povo enquanto o povo não tem o que comer. Porque ele não consegue, porque ele não consegue explicar a ela que a sua importância é completamente louca... Que ele precisa dela. Que ele a necessita, que ele a quer.

E o mundo continua a girar, e o tempo não pára...
não pára...

O infortúnio continua. As músicas parecem ter outro sentido, os pássaros já não cantam como antes. Eles cantam como se estivessem engaiolados...
e o adolescente chora.

Porque não sabe mais o que fazer para ter a menina tão doce ao lado dele.

E ele chora... porque quer apenas voltar a sorrir.

Sunday, July 08, 2007

Devaneios, meros devaneios.


Devaneios, meros devaneios.
(Nayguel Cappellari)


Amplamente amplo,
Vivendo chorando,
Sorrateiro infeliz,
Moribundo patético.

Não faz nada e fica sofrendo,
Na solidão enfática e apática,
Nos anjos da noite,
E a dose no copo...

Bebendo e disvirtuando-se,
Pateticamente ao lado do retrato
Daquela que o artomenta...
E seu coração se vai.

E um beijo ele quer.
E o toque ele anseia,
E a vida continua,
E ele deita-se para continuar a sofrer eternamente.

Friday, June 29, 2007

Conto I

Conto I
(Nayguel Cappellari)


- Diga doutor, o que é que eu tenho?
- Não posso dizer, meu caro, não sei explicar... mas me parece que suas células estão por conta própria e estão reagindo de forma diferente aos medicamentos. Elas estão sofrendo mutações a cada novo combate de seus leucócitos.
- Ahn, pode me explicar melhor isso? Não entendi nada.
- É, suas células estão sofrendo mutação, meu caro... não sei onde isso pode parar, tal qual um câncer ou qualquer outra doença do mesmo nível de perigo. Acho que não posso fazer mais nada.
- Nada, doutor?
- Nada. Talvez possa te dar uma boa leitura para desfrutares... se voltares aqui em uma semana e assim permanecer, acho que não tens mais volta... E terás de deixar o mundo, sabe, não quero te enganar, mas já te deseganando... acho que se for uma doença grave, estás ferrado!
- Tudo bem, entendi... já tenho meus cinquenta e dois anos... estou bem para ir. Mas então, o que recomendas ler, doutor.
- Alex, a gente se conhece faz muito tempo, acho que temos uma amizade complexa de trezentos anos, não? Sim, simbolicamente falando, óbvio. Mas eu por te conhecer, creio que gostarás de ler isto.
E o doutor entrega o livro a Alex.
- "Poesias de um observador inacessível", nossa, que título! Este livro, trata-se de poesias?
- Não, ele tem poesias, mas não é esta a história. Leve-o, entenderás quando terminares de ler.



E Alex foi para casa.



Chegando em casa, o altivo senhor sobe as escadas... lembra de sua casa antigamente. Com seus três filhos, os dois homens e a caçula. Pensa na sua esposa com quem fora casado trinta e dois longos anos, com apenas brigas sem necessidade, e a qual nunca se separou até o dia da sua morte, por causa da leucemia.
E Alex, vai até o espelho, lembra-se de quando ensinou ao seu primeiro filho como se deveria fazer a barba, lembra quando carregou seu outro filho nas costas quando este se machucou enquanto jogava futebol. Lembra-se de sua filha linda, na festa de quinze anos. Ele tinha orgulho dela, a menina era perfeitamente linda e, quando dançava a valsa no salão parecia que eram os deuses que lançavam suas harpas alegres e seus dançarinos flutuantes para dançar.
E ele anda mais um pouco, tenta lembrar-se dos barulhos que faziam as crianças, mas não consegue... A casa tão vazia... deveria fazer uns trinta anos que os filhos haviam saído.
O primeiro filho tornou-se prefeito e é atarefado demais para conversar com o pai. O segundo filho joga futebol na Inglaterra, mas não esquece do pai. Telefona todas as noites para desejar boa noite e pedir a benção.
A filha caçula está casada, muito bem casada, com um empresário rico. Mas ela também não tem tempo para ele. Organiza eventos sociais e chás-de-bebê com suas amigas desocupadas.
E o velho senhor vai até o quarto de sua amada... onde viveu anos e anos com ela. Olha as roupas no armário e os álbuns de fotos. Deita-se sobre a cama, e dorme. Dorme, dorme...
Quando acorda, já não entende mais nada.
Acorda e está todo suado, parece que está com febre, mas não sente dor alguma. Nem sequer mal-estar.
E Alex vai até o banheiro e olha-se no espelho. Seus olhos estão azuis... e ele nunca teve os olhos azuis, nunca.
Suas mãos estão inchadas e seu rosto está maior. Sua barba cresceu assustadoramente e não tem mais aquele tom grisalho de antes. Agora tem o tom de outrora. Tem o tom loiro de seus lindos cabelos. E ele volta a ter cabelos loiros...
o que está acontecendo? O médico falara que ele estaria morrendo... mas o que houve com ele? Rejuvenesceu sem sentido? Por quê?
E ele então ouve um barulho estranho... e vai ver o que é.
Ele vai até a cozinha e vê sua esposa sentada na cadeira, onde sempre ficava quando tomava seu chá. E ela estava ali, tomando o mesmo chá que muitas vezes ele levava para ela na cama. E ela olhava para ele e sorria.
E ele não continha as lágrimas. Chorava, chorava. Sua esposa viera lhe visitar.
Ele a abraçou. Ela falou algo mas ele não a ouvia. Ele a abraçou e fechou os olhos. Sentiu o calor de seus braços e quando abriu os olhos ela já não estava ali.
Então Alex foi até a rua, pegou o carro, saiu para dar uma volta. Deixou o carro estacionado no shopping e entrou. Começou a caminhar, pensar e caminhar. Sentiu-se mal e não conseguiu olhar mais nada. Fechou os olhos e deitou.
Acordou em um leito de hospital, na UTI. O médico o atendia.
- O que aconteceu?
- Ele acordou! Como?
- O que aconteceu? Alguém me explica?
- Meu bom homem, o senhor estava caído no chão de um shopping, a segurança de lá ligou para nós e fomos buscá-lo. Não entendemos o que aconteceu. O seu organismo não funciona como o de qualquer um. Não sei como o senhor desmaiou nem porquê, e nem sei o que o senhor tem.
- Ih, essa história de novo?
- Como?
- Um médico me consultou, e me disse o que eu tinha... era estranho mas era que minhas células eram mutantes. E que talvez eu teria pouco tempo de vida.
- Exatamente... mas como pode se recuperar assim?
- A força, meu amigo, a força.
- Que força?
- A força de eu encontrar meu amor de novo.

E de lá saiu Alex, mais uma vez renovado, rejuvenescido.
Voltou para casa. Chegando lá pega o livro "Poesias de um observador inacessível" e começa a ler.
Adentra a tarde lendo, e a noite. E a madrugada.
Termina de ler.
E quando acorda no outro dia já está melhor. Pensa que sua vida é uma droga, mas se conforma com ela, assim como o próprio observador inacessível no livro, ele tem suas dores mas não consegue fazer pará-las... E ele pensa. Pensa, pensa.
Mas o homem não consegue deixar de lembrar de sua vida... e lágrimas escorrem, sem algum motivo. Só escorrem.
O homem então, deita-se para tentar descansar... e no outro dia ouve barulhos.
E ele vê seus filhos correndo pela casa, jogando video-game. A caçula brincando de boneca com a mãe... E ele torcendo para os filhos no joguinho de futebol que eles jogavam. E nisto, ele pode ouvir o barulho. Nossa, como eram gostoso.
E então ele vê que seu filho do meu vai para o quarto. Alex o segue. No quarto o filho começa a fazer umas coisas, escreve alguma coisa em um papel e, de baixo da cama, tira um presente, o menino junta tudo e vai até o pai, que estava no quarto, preparando umas contas para a sua empresa. O pai então olha o presente, vê o barulho que fazia. E o filho sorri. O homem então abre, e ali tem um álbum de colagem dos jogadores de futebol. O homem olha, está completo. Ele então sorri, abraça o filho e o agradece. O filho sai feliz.
O homem não se lembrava mais disto, talvez por não querer se lembrar, já que logo em seguida seu filho sairia de casa para jogar na capital de seu estado. E que, logo em seguida seu outro filho teria um filho também. E, com uma cidade para administrar e com um filho para ensinar a crescer o pai ficou de lado.
E a filha, tão linda e vistosa, ele jamais se esquecerá... mas ela também não liga para ele.
Triiiim, o telefone toca e traz Alex para o mundo de novo.
- Alô? Quem é?
- Pai, oi pai, tudo bom?
- Meu filho! Que saudade! Eu tô ótimo. E tu, como estás?
- Muitíssimo bem, meu velho! Estou te ligando para avisar. Estou saindo da Inglaterra, vou ser transferido para um time na Espanha, quando chegar lá eu te ligo, tá bem?
- Meu filho, que felicidade! Espero que tudo dê certo para ti. De verdade, meu menino. Sabe, hoje me lembrava de quando te levantava quando tu caias nos jogos de futebol. Hoje és um homem. Um excelente jogador!
- E eu devo tudo isto graças a ti, meu velho.
- Obrigado, filho!
- Não, pai, eu que te agradeço. Quero te chamar para vir morar comigo. Meu filho está para nascer, e a minha esposa precisa de companhia. Vem pai?
- Eu? Morar contigo? Filho? Eu vou ser avô? - ele mal conseguia falar, as palavras balbuciadas eram simplesmente fracas com o olhar de felicidade do homem.
- Sim, tu morarás comigo, sim, meu filho está para nascer. E darei o nome dele de Alex em homenagem ao senhor, que foi vital para mim.
- Meu filho, obrigado.
- A benção meu pai! Tenho de sair agora... e dormir, treinamento duro pela manhã.
- Deus te abençoe meu filho!
Desliga-se o telefone.
E o homem chora. Chora. Chora, de felicidade. De angústia. De medo.
Deitar-se-á, até que chegue no outro dia.
E quando o sol se levanta ao horizonte, o homem vai até o espelho e olha para si. Ele está cada vez mais diferente. Agora não são mais nem os olhos e nem os cabelos que mudaram. Desta vez foi o corpo, levantou, não é mais encurvado. E ele não pára para pensar e começa a fazer as malas.
O telefone toca...
Triiiiiiiiim.
- Por favor, com gentileza, o senhor Alex Pinheiro se encontra?
- É ele, quem gostaria?
- Aqui quem está falando é Bruno, eu sou o responsável por recados do time Britânico Manchester United, e tenho de te dizer uma coisa, peço que o senhor se sente que é pro seu bem.
- O que aconteceu? Meu filho está contigo?
- É sobre ele que quero falar. Seu filho sofreu um acidente... um torcedor invadiu o treino e deu um tiro no seu filho.
Estalo. Estalo. A cabeça gira, Alex não consegue mais ouvir.
- Cadê ele? Eu quero meu filho!
- Eu sinto muito, ele foi levado para o pronto socorro, mas não conseguiu sobreviver. Estaremos encaminhando o corpo de seu filho e mais tarde enviaremos o dinheiro de indenização.
- Então é assim? Meu filho pode ser subistituído? Ele morre e vocês fazem nada? E eu ia morar com ele e com meu neto que estava para nascer.
- Sinto muito, não fui eu...
Alex desmaia.

Sua filha entra em casa e o acode, o pai fala para ela que o irmão morreu, ela já sabia. O corpo havia chegado na casa dela por volta das quatro da tarde, e ela não tem coragem de fazer nada.
O homem, então, vai até o espelho, olha-se nele. Agora ele tem o rosto de seu filho. Seu maravilhoso filho que se foi. Olha-se no espelho e o vê cantando e gritando o hino de seu amado clube. O ouve tocando a melodia no violão. O vê escancarado na porta, exibindo seu bom futebol para sua namorada...
e ele sorri, e então decide morrer. Por que a dor é insuportável. Não seria tão simples se os pais morressem antes? E se os filhos deixassem um legado maravilhoso para os próximos? Mas dois sonhos foram interrompidos.
E o Alex se lembra do livro que leu. Torna-se observador inacessível de tudo que a vida proporciona. Nada, nada nem ninguém conseguirá trazer de volta o seu filho. E ele sofre. Chora, pede, implora.
Sua esposa não vem mais visitá-lo e, depois do enterro, ele não viu de novo seus outros filhos.
Nem a menina, nem o prefeito.

O homem então olha-se no espelho e decide ir.
Fecha os olhos, deita-se ao chão, e dali liga para seu filho, ocupado. O filho não pode atendê-lo e então ele pede para deixar uma mensagem.
- Eu te amo, meu filho!
E liga para a caçula.
- Eu te amo, minha filha!
E deita-se ao chão esperando que alguém o viesse buscá-lo.
E como se fosse mágica, sua esposa canta. Ele a observa no corredor, vindo em direção dele. E atrás dela o filho, quando criança. Os dois se abraçam. Ele a beija. Pega o menino nas costas e os três vão embora...
Sobem aos céus para nunca mais sofrerem.
Ele, com a aparência jovial, maravilhosa.
Ela com a aparência magnífica de outrora.
E o filho voltando a ser criança, em uma infância interrompida.




E ao longe, o sol dispunha ao horizonte.

Friday, June 01, 2007

At.. Sê...

Sê...
(Nayguel Cappellari)

Se meus olhos pudessem te ver.
[E se minhas mãos pudessem te tocar].
Se minha voz pudesse bradar tão alto.
Inquieto. Imóvel. Inerte...

Lúgubre é o meu céu.
Enquanto não te tenho aqui, rosa minha.
Se eu pudesse te ouvir falando.
E se eu pudesse te abraçar fortemente...

Se tudo não fosse tão estranho...
[- Imagine se a distância não existisse. ]
Logo, tudo mais perfeito. Mais lindo. Mais...

Se eu pudesse ver o teu sorriso.
E se eu pudesse amar-te livremente...
[Sem que fosse tudo minha mera imaginação].





Meros devaneios de poeta tolo que jamais enxergará toda a verdade no mundo.

Sunday, May 27, 2007

Contos de Fadas


Contos de Fadas
(Nayguel Cappellari)

Vivendo o capadócio mental.
A destruição do ser humano, eu vejo.
Sonho e sonho...
Noites e noites sem dormir.
- Não vês que é por causa tua?

Preciso-te aqui, fada minha.
Onde foste parar?

Será que estás, amplamente, destruída?
Tal qual os demônios e os anjos desta geração?
Onde foste parar, fada minha?

Será que estás em meus olhos, em suma,
na sua exatidão?

Onde estás, fada minha?

Sonho e sonho...
noites em claro e com demasia vontade de chorar.
Onde foste parar, fada minha?

Será que estás a minha procura?
Ou já desististe, tal qual a tua inexistência inoperante?
Ou talvez,
nunca existisse mesmo...
Talvez tenha sido apenas...
bobagem minha.

Invenção, mera invenção da cabeça de um lunático.

Monday, May 14, 2007

Diálogo

Diálogo
(Nayguel Cappellari)

Olhando para o céu, eis que vejo algo perturbador.
Olho para cima, e eu fico tonto, não entendo nada mais...
Palavras resplandecem em inconstantes estigmas...
Perfurando-me o ser e não entendo nada mais, nada. Nada.
Olho para o chão e fico tonto, eis então que algo me atormenta.
- Que vergonha seu poeta, por que choras dessa maneira?
Olho, então, desconfiado para meus pés, e vejo, pequenino ali parado, olhando para cima, uma criança, mal vestida e de sorriso ao rosto.
- Minha criança, tu és deverás pequenina para entender...
E a criança me abraçou calorosamente e apontou com seus dedos sujinhos para o céu.
- Aquilo lá é uma estrela, mamãe disse que estaria cuidando de mim lá de cima.
Esticou-se novamente, e mostrou o sol.
- Aquele é meu papai, ele disse que estaria me olhando sempre, iluminando minha vida. Por que choras, seu Poeta?
- Minha pequenina criança, vejo-te nos meus olhos, em minha infância, acho que eu sou deverás pequeno para entender.
- Por que choras, seu Poeta?
- Choro, meu pequenino amigo, porque estou feliz. As estrelas tirintilam brilhantes ao longe, tua mamãe jamais deixar-se-á de brilhar. O Sol fulgaz, jamais deixar-se-á sua incandecência. Choro, meu amiguinho, por que estou feliz.
- Eu também quero chorar de felicidade.
- Por quê, pequenino?
- Porque eu encontrei um amigo especial, eu encontrei seu poeta.

Naquele dia choramos os dois.

Friday, April 27, 2007

Paredes

Paredes
(Nayguel Cappellari)

Pensei em escrever para exame de consciência, mas hoje, creio não conseguir fazê-lo.
Não, não fiz nada de errado, nem sequer matei um inseto, mas creio que tenho sido freqüentemente insano ao pensar. Meus pensamentos têm maltratado tanto. Tanto a mim, quanto a outras pessoas.
[E mesmo que calado, meu algoz silêncio as machuca].
E mesmo que sonhando, minha voz as entorpe.
Eu não consigo entender o porquê desta necessidade em meu peito.
O Porquê de ter a vontade. O porquê.
Às vezes, sinto-me como uma flecha mal-lançada por Cúpido. Em outras, sinto-me a própria vítima com o coração dilacerado, mas mesmo assim, mantenho o sorriso e a paz em minha mente.
E agora há pouco, ontem, descobri o motivo disto. Como diria Neruda: "Tirintilam, azuis, as estrelas ao longe [distante]", é assim que eu sou, alguém que pensa, que sonha que, mesmo distante, tornar-me-ei alguém possuidor, alguém almejado, alguém realizado.
E por isso, mesmo com o coração dilacerado, mesmo com o peito ferido e mesmo com as paredes em volta de meu corpo, nada, exatamente nada pode fazer com que eu seja infâme e imbecil. Na verdade, creio ser imbecil, até por demais...
Queria deixar de escrever estas coisas para, pelo menos, eu sofrer menos. Mas que poeta, burro, insano, não gosta de sofrer?
Pois é...
Gostaria de escrever o mais belo dos sonetos.
Gostaria [e poderia] fazer a mais bela das trovas dos antigos.
Gostaria [e poderia] conquistar-te para todo o sempre.
Mas não sei, algo acontece...
Quando te vejo, linda, incrivelmente linda,
meus olhos cegam-me e minha mente apenas te vê.
Meu coração palpita e minhas mãos desentendem-se.
Minhas pernas tremem e minha voz não sai.
Meus pensamentos embaralham-se,
e em minha frente, só estás tu, linda, incrivelmente linda.
Gostaria de escrever o mais belo dos sonetos...
E dedicar-te como forma de conquista.
Gostaria de escrever uma carta,
Uma carta sincera, perfeita,
que expresse tudo.
Mas não adianta...
a vontade é grande, mas a coragem no coração,
[não.
E meus olhos continuam a olhar-te.
E minhas pernas a tremer...
Mas, mesmo assim, a única coisa que mantém-se inconstante,
é o movimento dos meus lábios,
que é o que eu busco...
O Crepúsculo, maravilhoso, do teu doce e singelo, beijo.


E por mais que eu sonhe,
e por mais que eu grite.
E por mais que eu tente demonstrar...
Parece que não há motivos para trazê-la pra mim...

- Por quê?
As paredes não me interessam.
Os sonhos não são perfeitos...
A minha vida torna-se lúgubre, inexata.
E sonho, sonho, sonho.
Sonho com meu abismo,
sonho... perdidamente... em tê-la em meus braços.

E como diria Neruda: "Tirintilam, azuis, os astros ao longe"...
E como eu quero,
e como eu quero...
Ah, como eu quero.
Ter o tão doce sabor da maior das belezas.
Ter o tão doce sabor do beijo da maravilha das belezas...

Como eu queria dedicar-te estes meus poemas para alguém.
Mas como dedicar,
se tu não tentas me entender?


Preciso, explicar-te, que te quero, que te amo?
Preciso, explicar-te, que meus olhos enchem-se de lágrimas ao escrever?
Preciso, explicar-te, que minha mente torna-se púrpura,
e que meus olhos, turvam-se, ao teu mundo?
Preciso, explicar-te, que minha mente não agüenta mais a simetria de teu corpo?
Preciso explicar-te, por acaso, que eu te quero?


E por mais que eu tente, e por mais que eu tente...
E por mais que eu tente...
E por mais...

Minha voz não sai...
E eu já cansei de tentar te conquistar.

Até porque,
eu poderia escrever o mais belo dos sonetos...
Mas se tu não queres ler,
o que adianta eu tentar demonstrar,
eternamente...
o que eu sinto?

Tuesday, April 17, 2007

Fragmentos


Fragmentos
(Nayguel Cappellari)

Às vezes pego-me a pensar em ti.
Hoje, pude ver-te livremente, linda,
maravilhosa. E os olhos tão lindos.
E a boca, mais parecia um manto
[das mais belas rosas do Éden.
E as mãos,
macias feito os teus cabelos,
que são perfeitamente lindos
[a qualquer coisa que o mundo
possa vir a ter. Minto, são
[mais lindos que qualquer coisa
vezes sete.
Porque eu te amo, amada minha!

E por mais longe que eu possa estar,
e por mais distante que meu olhar pareça ficar,
Eu, continuarei a manter uma coisa em minha mente,
que em meu rosto o sorriso permanecerá
até que as areias do tempo cheguem, e
apaguem o laço eterno entre o meu âmago, e o
teu sincero olhar, onde minha alma tem,
em teu manto, a sublime vontade de um
tolo apaixonado.

Friday, March 30, 2007

Poeminha Dez

Poeminha Dez
(Nayguel Cappellari)

Um buraco!
Realmente um buraco.
De desilusão, de desespero.
E agora?
Da minha vida, tornei.
Repliquei o ser.
Ouvi a voz.
O buraco!
Tornar-se-ia minha vida.

Ouvi um brado
Alto, forte.
E nunca, nunca entenderia.
E num facho, meus olhos fecharam.
minhas mãos pararam.
Minha voz cessou.
E da minha alma
Escoou o ser
dissupou-me o coração.

E por mais que eu corria.
Tudo, tudo ainda estava perto.
E eu queria fugir, esconder-me.
Mas nada, nada nem ninguém perceberia.
- Se não sentiriam minha falta,
por que fugir?
E meus olhos ainda tentam.
E eu, vou-me.
Fácil, destruído.

E por mais que eu tente.
Todos, todos e tudo, continuam sem me ouvir.
Minha alma, continua destruída.
Mas por quê?
O coração explodirá.
A alma corroerá,
Os sonhos irão embora,
e, de mim,
sairá o demônio da desgraça.

Saturday, March 24, 2007

Mais uma explicação.

Mais uma explicação.
(Nayguel Cappellari)

Não, por favor, não me faça abrir os olhos.
Simplesmente não quero enxergar esta situação.
Esta terrível situação.
Onde está a paz? Onde está o amor, a compaixão?
E meu desprezo simplesmente aumenta.
Tanto por um, quanto por outro.
E ninguém tem culpa de eu estar simplesmente farto disto.
Tampouco, todos são inocentes.
E eu nem entendo mais, meus olhos não querem mais abrir.
Se abrem, soltam lágrimas,
como se fossem gritos de dor, como se fosse lamentações.
Como se fossem brados regurgitantes.
Como se fossem os espinhos da rosa penetrando o coração.
Como se fossem abutres comendo a carne podre.
Como se fossem eles os culpados disto tudo.
Meus olhos não ousam enxergar esta desunião.
Eu não ouso entendê-la.
Não ouso participar disto. Nunca, nunca mais.
E por mais que eu tente correr,
e por mais que eu tente esgueirar-me ao chão,
e por mais que eu tente gritar alto,
Nada, nada nem ninguém irá escutar-me.
Por que esse povo todo acha,
acha que é sábio demais, e que, por ser sábio, ou melhor,
Por se achar sábio, ele dissipa os sonhos dos outros.
E por se achar sábio, esse povo pisa nas outras pessoas.
Por que simplesmente, esse povo é egocêntrico demais.

E tudo que eu posso fazer é continuar sorrindo,
por que meu sorriso é minha forma de expressão,
minha alta expressão, minha explicação para tudo isso.
Minha mais nobre atitude de salvação da alma.
Que um dia foi corroída pelos olhos farsantes e famintos,
deste povo chamado HOMEM.



E tenho dito.

Tuesday, March 13, 2007

Questões filosóficas sobre um dia filosofal!

Questões filosóficas sobre um dia filosofal!
(Nayguel Cappellari)

Primeiramente não tenho algo em mente para escrever. Mentira, tenho sim, minha idéia para o que escrever hoje é bem ampla, vou dizer bem simplesmente tudo que tenho em mente. Meu assunto para este texto não seria nada de mais, eu iria falar sobre o meu dia, e diria sobre tantas outras coisas, mas desisti de fazê-lo.
Tinha em mente falar sobre minhas idéias para com o mundo, além de tentar dizer que eu não estou triste. O primeiro seria fácil, o segundo ia ser completamente complicado. Afinal, não tenho capacidade plena para esconder meus sentimentos, e acho que isso, não sendo fácil pra mim, me torna um péssimo mentiroso quando o assunto é meu interior.
Não que eu minta toda hora, mas como um bom escritor, gosto de aumentar os meus feitos, por exemplo quando eu discuti com um homem bem mais forte que eu, bem mais velho, num jogo de futebol, eu com toda certeza, iria dizer que ele teria saído de cabeça baixa. Apesar de ser verdade, e eu ter realmente acabo com ele apenas com palavras, ele só não me bateu pelo fato de eu ter tanta força quanto ele... Isso é bom. [Uma aumentadinha básica].

Parando de falar de bobagens...

Tentar-me-ei explicar.
Hoje, a professora de Filosofia tentou debater sobre os problemas do Homem e da Natureza, eu não entendi o porquê disso, mas entrei à fundo na idéia, e, depois de ler o texto que ela pediu que lêssemos, percebi que eu não concordava com sequer uma única vírgula dele. E de fato, eu fui enfático quando disse isso.
Falei do descaso do ser humano com os outros de usa espécie e acabei por debater exatamente contra a natureza e a favor dos homens. Não destruí Gaia, não se preocupem. Ela sempre será minha boa e maravilhosa mãe... Apenas conversei sobre como os humanos podem querer-se preocupar com a natureza, quando existe pessoas que além de precisar de Gaia, destróem-se mutamente porque não possuem caráter para sentar à mesa e dizer: "Escolha o que quiser comer, aqui não temos pré-conceitos".

PORRA, vocês sabem que não costumo soltar os palavrões, até porque os acho de "baixo calão", mas mesmo assim, deixem-me continuar... a idéia do meu pensamento é tão fácil. Não existe meio para acabar com essa mentira de que o planeta irá acabar. Sim, ele irá acabar, mas não agora.
Talvez acabando com esse aquecimento global ele deixe de eclodir, deixaremos de fazer com que ele avance cinquenta anos em apenas cinco anos e faça com que o aquecimento do planeta seja completamente mais rápido.
Mas, esquecendo disto...
eu pergunto agora para quem está aqui.
Como acabar com isso? Eu respondo também aqui.
Tu que estás lendo, já paraste para perguntar ao teu vizinho, ao teu amigo, à tua amiga, à tua mãe, à tua irmã, ao teu irmão, ao teu pai, ou qualquer que seja a pessoa, se ela está bem hoje? Já paraste para perguntar se ela está realmente bem? Já? Pois bem...
Nunca iremos acabar com o descaso à natureza quando nós estivermos voltados ao surrealismo de acreditar que só existe nosso próprio mundinho. Imagina então pensar que a minha unha é mais importante que a coitada da criança que morre de fome? Seja na África, seja no Brasil, seja nos ESTADOS UNIDOS, sim, eles têm pobres lá.
Onde já se viu, minhas mãos serem mais importantes que aquela criança da Bósnia-Herzegovina que sofreu um atentado de bomba e foi completamente manchada por sangue, e hoje, não tem os dois braços? Mas ainda sorri...
Onde já se viu, minha vida ser mais importante que a daqueles que sofrem e choram porque não possuem nem casa, nem roupa, nem comida?
Onde já se viu eu apenas me importar comigo mesmo? Onde já se viu?
Onde já se viu o ser humano ser tão egoísta? E o que importa se ele tem um utencílho que o faz ser cérebre e simplesmente diferente dos outros animais do Reino se ele não usa?
O que importa se a razão só é voltada para os DOGMAS atuais?
Não DOGMAS da igreja, mas sim DOGMAS atuais, os nossos "problemas".

Se ele é feio, é um dogma.
Se ela é vesga, é outro dogma.
Se ele tem dinheiro. É um dogma.
Se ela tem pai rico, mas a mãe não tem uma perna... advinhem? É outro dogma.


O que fazer com esse descaso do SER HUMANO com sua própria espécie?
O que fazer?




Sem mais.

Thursday, March 01, 2007

Outro Poeminha




Outro Poeminha
(Nayguel Cappellari)


Então tá...
hoje não tenho muito o que dizer, nem ao menos sei sobre o que escrever, apenas escreverei. Talvez venha algo em minha mente, talvez venha muita coisa dentro dela, talvez o papel fique em branco, talvez seja preenchido por tintas ou lágrimas, nunca se sabe, o futuro é indeciso e completamente aniquilador.
Portanto, hoje começo a escrever.
Não sei quanto tempo demorarei para postar, nem sei quantas horas eu ficarei aqui contando para me desfazer ou me "aglutinar" com o que o meu pensamneto condiz e conduz.
Posso contar para quem estiver aqui lendo, que o dia que eu tiver chance para descrever-me, farei com o maior sentido, porque só a minha descrição já fvalerá um livro. Momentos de angústias cretinas e de palavras cruzadas infames, momentos de infelicidade e de poesias inâmes...
Olho agora para o céu, e vejo que as nuvens estão negras e o porto lá em cima está se abrindo, vejo a lua olhando e rindo da minha cara, vejo também os astros sorrindo orgulhosos de ver-me sorrir apesar de todas as dificuldades a mim proporcionadas. As dificuldades... as dificuldades...
E é tão incrível, quando eu tento entendê-los, precisando de um sorriso teu e de tua voz.
E os sentimentos vão todos lapidando-me o ser, lapidando-me a alma. E carcomendo-me a voz está o verme que consome também minha mente, suga minha felicidade. O verme mortífero, incrível e desumano, o verme da tristeza. O verme plausível e afastado.
Por que tenho eu de ser tão triste? Por que tenho eu de ser tão triste? Por quê? Por que tenho que ser tão triste, quando na verdade, o que eu mais queria era ser feliz e amar e ser amado?

Simplesmente não entendo a teoria da evolução, não sei nem porquê eu fico pensando nela, acho que não evolui de jeito algum. Não mesmo.
E as águas se vão.
E o rio me banha.
E eu, continuo em um poço de lágrimas.
Repleto de escuridão e desconsolo.
Repleto de obscuridade.
Repleto dela.

Sunday, February 18, 2007

Mais questões filosóficas

Mais questões filosóficas.
(Nayguel Cappellari)

E então, tudo que pensavas acreditar desaba como uma avalanche aos teus pés.
Teus anjos te abandonaram. Tua voz cessou, teus gritos não tão mais acordando multidões. Percebes que de fraldas não caminhas mais, nem sequer usa aquele macacão colorido dos teus seis, sete anos de idade. E então, tu percebes que tudo está desmoronando, que o que tu menos queria está agora, finalmente, acontecendo.
Te vês debrulhados em lágrimas, com uma pessoa em tua frente, quem seria ela? Não consegues ver, teus olhos estão cansados demais para perceber... Mas com o tempo a imagem fica nítida, tu automaticamente pegas em cima de uma cômoda um óculos e contemplas a figura de uma mulher de uns vinte e seis, vinte e sete anos ali. E percebes que aquilo é coisa tua, uma escultura tua. Uma criação. É tua filha.
E percebes que estás ficando velho, que teus joelhos já não tens mais por causa da quantidade de açúcar do corpo, ou ainda pela falta dela.
E percebes que não consegues caminhar, mas mesmo assim nada te deixará triste, não mesmo. Porque tu percebes também, que o mundo que agora estás vivendo é mais amplo, mais sólito, mais humano, e isso te enche de lágrimas. Enche mesmo, e teu coração bate cada vez mais forte cada vez que vês um jovem tentar ajudá-lo ao locomover-se com a cadeira-de-rodas para algum lugar. E teus olhos enchem de lágrimas quando, na verdade, tens as tuas imagens de infância de novo. Lembras do teu primeiro melhor-amigo, aquele que nunca mais viste, mas que sempre quiseste encontrar, lembras daqueles amigos que já se foram, ou alguns que ainda possuem joelhos ou que estão muito pior que tu. Ou lembras do teu primeiro e único melhor amigo. Um gatinho de um ano, que viveu contigo até os três, quando misteriosamente sumiu.
E teus olhos mais uma vez te enchem de lágrimas. Mas isso não te deixa feliz, não mesmo. Isso te deixa cada vez mais feliz...
E quando estás, pronto para voltar para casa, vês alguém te esperando na porta com um sorriso lindo e feliz. Percebes que é a tua esposa de mais de trinta anos, trinta e um e dois meses, para ser preciso. E ela te ama de verdade, e tu a amas. Tua esposa, tua companheira, tua ajudante. Ela que te deu apoio todo o tempo. E tu, que fizeste para agradá-la? Nada. Não deste carícias. Não deste beijos. E quando foste fazer isso, simplesmente parou. Teu coração parou e o mundo chorou a tua ausência.









Vamos amar sem medida!
Por favor.
Sem distinção, sem problema algum.
Sem qualquer PRECONCEITO.
AMAR de amor.
AMAR de amizade.
AMAR de simplesmente AMAR.


Fiquem bem.

Friday, February 16, 2007

Mais um que se vai.



Mais um que se vai.
(Nayguel Cappellari)

Bom, sei que esta não é a melhor maneira de se começar um texto, mas não tendo outra em vista, fico com apenas este rumo, onde começo a escrever. Talvez este texto fique subjetivo demais, talvez não, talvez me ataque os nervos no meio dele e eu comece a delirar, talvez não. Mas por favor, o que eu peço é que quem estiver lendo, leia até o final. Acho que valerá o esforço.
Primeiramente gostaria de comentar o porquê de eu estar aqui, agora, escrevendo. Durante um tempo, este mesmo tempo que fiquei sem atualizar as postagens, me deu uma forte e involuntária vontade de não escrever nada, sabe, aquele tempo que os escritores ficam sem inspiração.. Então, durante este tempo eu não queria escrever, aliás, vontade de escrever não faltava, o que eu não via era o sentimentalismo que eu tanto prezo em minhas escritas, por isso, joguei muitas coisas fora. Mas hoje, acordei-me cedo [mesmo tendo ido dormir tarde] e me deparei com o teto de meu quarto, e filosofava por causa de um sonho que eu tive.
Muitos de vocês (senão todos), devem saber o que aconteceu com o menino chamado João, que foi brutalmente arrastado por um carro. Sim, deve-se a ele mesmo este texto e esta profunda reflexão.
Recusei-me a ouvir noticiários ou ler algo na internet que falasse da morte deste menino, porque eu sabia que iria ficar durante uma eternidade chorando e me corroendo por dentro, porque eu não pude fazer algo para salvá-lo. E eu sei, existem vários Joãos por aí. Por isso decidi tentar evitá-lo desta forma. Acho que não consegui.
Na madrugada de quinta para sexta-feira, tive um sonho. Um sonho um tanto quanto triste, lindo e real.
Sonhei com o pobre e incrível menino João, sonhei que eu estava dentro de um recinto, não sei dizer ao certo se era um super-mercado ou se era alguma lanchonete ou coisa do tipo, sei, dizer ao certo que estavam em minha frente duas mulheres, aparentemente bem tristes e cansadas, e com os olhos completamente fechados, porque se recusavam a olhar novamente o mundo. E uma delas falou, em alto e bom tom, mesmo que cheio de tristeza:
- Este era o caderno do meu Joãozinho, ele escrevia algumas coisas, tem umas coisas aqui.
Ela mostrou-me mas não tinha páginas, estavam arrancadas.
Quando eu, ainda em sonho, viro-me para o lado, e as duas mulheres somem, e me vem à frente a imagem do menino. Ele fala, rindo e com os olhos de criança esperta e incrivelmente feliz:
- Não precisa chorar, eu não morri, nem vou morrer. Sou uma estrela!
E eu olhei pra ele, e uma lágrima escorria de minha face. Até que eu o vi se distanciar, e acordei.

Logo, este sonho me fez refletir o dia todo, eu havia ido dormir às três da manhã e me levantei às seis, não consegui mais "pregar os olhos" e fui me vestir e arrumar para às sete horas correr, fazer exercício matinal. Quando, ainda em passos rasos e bem lentos por causa da sonolência e da inatividade de querer dormir, fui até a cozinha e vejo, meio que de relance um vulto passando por cima de mim, e entra a claridade em meus olhos, em meu espírito. Não vi mais nada, fui à geladeira e roubei alguma coisa pra comer, que nem lembro o que era, tomei um café, escovei os dentes e fui correr.

Aos olhos das pessoas na rua eu era uma pessoa normal, correndo com a camiseta do Grêmio (depois da vitória incrível do meu time na Libertadores eu tive de coroá-lo com a camisa no outro dia também), correndo em volta de um "canalete", onde pedestres geralmente fazem o mesmo, com ou sem a camisa do Grêmio. Mas eu não era, enquanto corria, não conseguia tirar o sonho da cabeça, e, ao parar no fim do caminho, para fazer a volta, deparei-me com um nascer-do-sol maravilhoso e me veio a imagem do lindo e sorridente Joãozinho, que me fez rir e soltar algumas lágrimas, verdadeiras e de coração. Não as enxuguei, segui em frente depois de olhar o nascer-do-sol, debrulhando-me em lágrimas e sorrindo cada vez mais, apesar de tudo que havia acontecido.
Por isso, eu sei, o menino, João, de fato é um anjo. É uma estrela que está a proteger todos nós. E espero que mantenha sempre o sorriso em frente e os olhos de criança exuberantemente incríveis.
Hoje, apesar de tudo, eu fui mais feliz graças ao menino João. Espero que ele esteja feliz, onde quer que ele estiver.

Sunday, January 21, 2007

Soneto LVI (espanhol)



Soneto LVI (espanhol)
(Nayguel Cappellari)
Para ...

Veo lo cielo pero no veo nada más.
Estoy loco para dizerte, pero no consigo.
Hoy hice la pior de mi insentatez,
Además, continuo a quererte.

Ni que el cielo, ni que el infierno quedán.
Ni que elefantes danãnme,
Ni que giraffes atáquenme
Yo no dejarei de desearte.

Puede se que un dia,
tu lea esto y me diga,
- Excusa, amor, antes no he te visto.

Puede se que una hora,
puede ser que hasta mañana mismo.
Me voy, sin nunca he te besado.

Wednesday, January 17, 2007

Poeminha 4



Poeminha 4
(Nayguel Cappellari)

TE AMO
TE AMO
TE AMO
eu quero-te aqui
venha por favor, meu bem.
entenda-me e consome o meu sorriso.
beba do meu sangue
do meu peito esfaqueado.
da minha voz
do meu corpo.
Consoma-me...
entorpeça-me a mente.
Entorpeça-me.
afague o meu riso,.
consoma-me todo o amor que eu tenho.
por que ....
senão eu não consigo mais viver
sem tentar
e sem arriscar-te novamente.
Venha...
não diga que eu não quero.
porque tudo que eu faço.
é apenas...
pensar neste profundo
profano amor.

Monday, January 15, 2007

Morte



Morte
(Nayguel Cappellari)


Entorpeça-se de meu sangue.
Beba da minha água.
Tornes-te o que eu sou.
E então,
perceba quão triste eu vivo.
E por culpa tua, ser miserável.
que me roubou.
Roubou a alegria
e trouxe em meu peito.
O Profundo e amargo sofrimento.
A pura dor pútrida da ênfase da faca perfurando-me.
Das tuas mãos,
que em vez de me acariciarem...
estrangulam-me.
Estrangulam-me o sangue.
Estrangulam-me o riso.
Fazem de mim, o que eu nunca fui.
E eu choro.
Choro sangue!
Choro sangue!
E estas são as marcas.
De um profundo,
profano.
Amor!

Friday, January 12, 2007

Crônica de um inseto infâme


Crônica de um inseto infâme
(Nayguel Cappellari - 10/01/2007)

Me dói de mais,
só em pensar já não tenho idéia do que sinto.
Meus olhos estão lacrimejando.
E a minha boca esta se esfacelando.

Mas sei que posso apenas crer.
Porque sempre crerei,
e não importa o que falem, o que pensem,
eu sempre irei acreditar.

Irei acreditar em ti e em mim, meu amor.
Irei acreditar que meus olhos não estão cegos o bastante.
E que minhas mãos não estão úmidas sem razão.
Irei, também, acreditar que meus joelhos parariam de doer, por ter de te seguir.

Porque tal qual o mar,
os sonhos, a vida,
um dia isso tudo vai acabar.
Mas eu não quero que aconteça isso, quando na verdade, nunca tenha começado.

Por isso, deixo neste humilde texto,
minha explicação breve de que, na verdade,
preciso sim de ti, amor,
independendo de onde estejas agora...

Preciso de um abraço amigo,
de uma palavra amiga,
De um sorriso sincero,
de um conforto que só tu podes me dar.

Enfim, nem que a Lua ou que o Sol caiam.
nem que a Terra se desmoralize.
nem que a infâme água do Rio Nilo seque...
Eu não vou deixar de amá-la.

Por favor, venha comigo.
Pois Na calada da noite,
sonho em namorar-te,
plenamente.

Friday, January 05, 2007

Canção de uma alma sem rumo.


Canção de uma alma sem rumo.
(Nayguel Cappellari)

Onde foste parar?
Por que saíste desta maneira?
Onde é que eu posso te encontrar?
Explica-me, por favor.

Onde estás, criatura?
Não percebes que agora tenho de disfarçar?
Disfarçar toda a tristeza ao meu redor?
Onde foste parar?

Por que sumiste desta maneira?
A briga não era para tanto, não mesmo.
Meus olhos agora têm lágrimas.
E as minhas mãos começam a tremilicar.

Onde é que eu posso te encontrar?
Nem que eu tenha que ir ao Japão.
nem que eu tenha que ir à Nova Zelândia,
eu vou te encontrar.

Onde é que foste parar?
Por que isso comigo?
Por que este desapêgo tão desumano?
Por que aquela briga sem sentido?

Onde é que foste parar?
Percebes? Desde o dia que partiste,
o céu tem tornado-se tão cinza.
- E ainda está, importando se é noite ou dia.

O sol já nem tem aparecido,
e a chuva tem tomado seu lugar.
Onde é que foste parar?
Por que não posso te encontrar?

E então?
Quem é que vai me fazer aquelas panquecas deliciosas?
Quem é que vai me abanar toda hora da noite quando eu cumprimentar?
Quem é que vai me abraçar e me beijar toda hora?

E então?
Onde é que foste parar?
Por que sumir deste jeito?
Posso te encontrar?

Não tenho certeza do que queres.
Ou do que tenho que fazer para pedir desculpas.
Só quero que saibas que eu ainda te amo.
E por isso quero te encontrar.

Não importa o motivo da briga.
Aquilo foi completamente ridículo.
Duas pessoas inteligentes não podem,
simplesmente deixar-se esvair aquele amor inteiro.

Meus olhos estão lacrimenjando sem parar.
Minhas mãos tremilicam toda hora.
Minha boca também treme, sussura, não consegue gritar.
Não consegue gritar o que tem que gritar.

Onde é que foste parar?
Onde posso te encontrar?
Por que não consigo de forma alguma entender,
o motivo de tamanha desunião?

Ah, o que posso eu fazer?
Para mudar esta situação,
Trazer-te de volta para casa,
e pedir-te desculpas?

Onde é que foste parar?
Não importa quantas linhas,
quantas palavras, quantas letras,
não importa onde estejas.

Onde é que foste parar?
Quero-te aqui de volta.
quero-te aqui de volta, sim.
Onde é que foste parar?

Sumiste tão repentinamente.
Não pude nem ao menos dar um tchau.
Um beijo em seu rosto.
E um abraço de até logo.

Onde é que foste parar
Sumiste tão repentinamente,
que nem tua voz pude ouvir novamente.
Nem teus olhos enxerguei.

Onde é que foste parar?
Onde foste parar?
Onde?
Por favor me diga?

Não vês que não agüento mais de tamanha desunião?
Por que não voltas e não entendemo-nos novamente?
Por que tenho de fingir que tudo está certo?
Por que tudo acontece?

Onde é que foste parar?
Onde é que foste parar?
Por que sumir daquele jeito?
Onde é que foste parar, minha mãe.





Mãe, te amo!
Onde quer que tu estejas, saiba que estou arrependido por qualquer coisa, por tudo, mãe, por favor, volta.
Não quero sentir este aperto no coração novamente, não quero desentender o mundo, mãe, volta, eu tô pedindo.
Com quem eu vou dividir minhas risadas e minhas bobagens? Mãe, volta!
Por que estás tão longe agora?
Meus olhos choram, minha boca sangra, minhas mãos tremem, meu corpo esquenta...
Mas mãe, não é de felicidade, não.
Eu estou morrendo de tristeza.
Quero amparo, minha mãe.
Onde é que foste parar?
Por favor.
VOLTE!