Friday, October 28, 2011

Como seguir?

Como seguir?
(Nayguel Cappellari)

Como fingir para si mesmo que as coisas estão bem?
Como fingir para si mesmo e dizer que tudo vai melhorar?
Como lutar contra todo esse sentimento absurdo
e completamente involuntário?

Como fingir para si mesmo que amanhã o dia será melhor?
Que a alegria irá aparecer, aconchegando-te os dias...
acalmando-te intensamente,
e te acalentando o teu medo?

Como dizer para si mesmo, ó poeta,
que as coisas ainda vão melhorar?
Como colocar na tua face aquele sorriso bobo...
que faz de ti uma pessoa tão especial?

Como dizer para ti, meu caro...
que tu irá sofrer ainda muito mais,
mesmo que tudo possa ainda se resolver?
Como dizer?

Como fingir que tu irás ficar bem
com essa angústia, essa dor,
esse medo, essa completa imensidão
dentro de ti?

Tuesday, October 25, 2011

Um desabafo

Um desabafo
(Nayguel Cappellari)

E eu não posso correr atrás, não é?
Prometi que não ia ligar?
Prometi que não ia te mandar e-mail
e que te deixaria partir...

Como se fosse aquilo tudo que eu realmente precisasse...
Ou tu mesma, não é?
Bom, eu peço desculpas, mais uma vez, por não saber como fazer.
- Mas eu simplesmente não consigo mais aguentar nunca mais te ver.

Não adianta, volta e meia penso como tu estás.
Penso se estás feliz ou triste.
Se estás sorrindo ou não...
Se tem alguém que segure tuas lágrimas, tua euforia, tua tristeza...

Não adianta, não é?
Por mais que eu escreva aqui
tu jamais vai ler...
tudo que eu posso fazer é continuar sentindo.

Esse desprezo, essa dor, essa angústia.
Esse medo, essa raiva, essa vontade incontestável de ir até aí...
fazer com que nós dois caiamos na real...
e voltemos a ser o que éramos antes.

Final

Final
(Nayguel Cappellari)

E dentro de mim uma vontade imensa de gritar.
Um buraco em minha mente,
destruindo-me os sentidos, a vontade, os desejos.
Denstruindo-me por completo!

O que eu tenho de fazer?
Lutar mais, desistir mais, me entregar menos?
São tantas as perguntas, tantas as angústias...
E a vida maestria minha alma...

E tudo dentro de mim se torna em veneno, em raiva!
E nem mesmo consigo sequer dormir.
Tudo se dissipando, sem conseguir sequer
tranqulizar-me completamente.

Não consigo sobreviver neste mundo doentio, insano.
Onde tenho sido arrancado de dentro de mim mesmo,
onde tenho sido arrancado do meu coração.
Do meu coração.

E o meu coração, entregue completamente...
à deriva do nada.
Já não sabe mesmo se continua a bater...
Ou desiste, entregando-se ao destino exato do ir ao outro mundo.

Sendo ou não um completo inútil.
E assim sendo, com dúvidas, com medos,
com angústias e, principalmente,
com raiva.

Sem qualquer coragem, sem qualquer caráter...
meu coração cai, completamente angustiado,
minha vida cai,
meu medo, não almejo,
não tenho mais alma...
Não tenho mais nada.

E dentro de mim tudo torna-se nada,
como um grito impedioso,
quando se fosse matar um inimigo
na luta.

E dentro de mim a violência toma conta...
Meus dedos se fecham e a minha vida se torna em nada.

E do nada...
Que o mundo todo me transformou.

Friday, October 14, 2011

Sem Palavras

Sem palavras
(Nayguel Cappellari)

E lá se foi o passado,
onde aquelas coisas boas aconteciam.
Onde aquela pessoa especial está...
completamente enterrada.
- Ou talvez nem tanto.

Aqueles sonhos inexatos,
os suspiros incontroláveis da ilusão
e dentro do corpo
aquela vontade incontrolável
- de ser mais nada simplesmente.

Wednesday, October 12, 2011

Aos dias que se passam

Aos dias que se passam
(Nayguel Cappellari)

Já faz tanto tempo,
mas aqui dentro...
as coisas ainda são
inteiramente dolorosas.

Aqueles que trilham outros caminhos,
aqueles que nunca mais verei,
aqueles que desistiram de mim...
e aqueles os quais eu desisti deles.

Já faz tanto tempo e eu não consigo lembrar,
Tantos rostos sem nome que já passaram por aqui,
tantos nomes sem rostos que também estão
entalados na minha mente...

Aqueles que só de lembrar o nome,
faz meu coração disparar - de alegria ou não.
Aqueles que só de lembrar o rosto,
fazem-me chorar - lágrimas tristes, ou não.

Já faz tanto tempo que tudo acontece,
e mesmo que o futuro seja inexato...
dentro de mim tudo ainda dói intensamente,
porque são tantos os rostos e os nomes...

São tantos os rostos e os nomes...
que meu coração insiste em lembrar
mesmo que a minha mente já tenha decidido...
o passado enterrar.

Saturday, October 08, 2011

Silêncio

Silêncio
(Nayguel Cappellari)


Sem entender os eventos que passaram e
também os que se seguem...

Minha vida indo em direção a alguma coisa sem sentido,
sem eu conseguir arranjar uma explicação
coerente para tamanha falta de vontade.

Vontade de entender, de acreditar, de seguir...
de continuar.

E tudo que acontece, gerando coisas esquisitas
e deveras triste...


E o meu coração permanece em
silêncio.