Tuesday, April 26, 2011

Apenas um estalo

O tempo passa e eu vejo que eu não vivi minha vida, algumas coisas foram deixadas para trás, outras coisas ainda são mantidas à sete chaves dentro do meu coração. Algumas pessoas que eu jamais verei e por quem eu fui completamente encantado ou apaixonado. Sonhos que se vão com o passar dos anos e do inútil amadurecimento da minha alma. Lágrimas que escorrem do meu rosto, transformando minhas lembranças em um rio de emoções, sentidos tolos que não fazem sequer sentido algum. Onde de mim não tem nada a não ser fragmentos incompreensíveis de cada personalidade que se fez presente em todos os caminhos da minha vida. Personalidades, estas, irritantes a seus modos estranhos, inadequados e excêntricos, que moldaram cada espaço vazio da minha alma. E nesse tempo todo, onde tudo passou, de tal forma estranha, que eu não saberia sequer por onde começar, mas eu saberia dizer que não consigo seguir em diante. Não, não sigo em diante com tudo que tenho guardado dentro de mim. Não, não sigo em diante de tudo que se passou. Eu quero viver em um novo tempo, em uma nova era, um Novo Aeon de emoções, um Novo Aeon de sentimentos e diretrizes. Seguindo um rumo responsável, mudando o jogo, vivendo de uma maneira menos emocional e mais racional. Um mundo repleto de viveres, onde, talvez, o poeta terá de se ausentar.

Água Viva
(Nayguel Cappellari)

E o mar à frente,
como se o chamasse para nadar.
Os pingos da chuva batendo em sua face,
e as lágrimas escorrendo de seu rosto.

Ele olha para o céu,
não se sabe se são lágrimas ou se são pingos,
mas no rosto do homem ainda há um sorriso.
Sorriso pleno de satisfação.

Em seu bolso algumas folhas
onde todos os seus amigos foram endereçados
e na mão, o colar que a ele fora dado.
E no rosto do homem já não tem mais sorriso...

Ele olha o mar, e a chuva caindo.
Tudo que ele tem vontade é de nadar.
Ontem, hoje e sempre.
A água o avisa de que ali tudo estará bem.

Ele então salta, pulando graciosamente ao mar.
Bate suas pernas e seus braços, começando a nadar.
A maré leva então para longe
os sonhos de um homem sofredor.

Friday, April 22, 2011

Pequeno acaso

Pequeno acaso
(Nayguel Cappellari)

Não há nada que eu possa dizer,
meus olhos enchem-se de lágrimas
e eu não consigo entender onde foi
que eu errei.

Há algumas horas
eu apenas pensava em te ver,
agora eu penso apenas em
como te reencontrar.

Meu coração tá machucado,
meu corpo inteiro dói,
e a minha alma sente o peso.

Em meus olhos a tristeza por estares indo,
e o meu coração, um pouco...
mais de calma está pedindo.

Sunday, April 17, 2011

Deliberado

Deliberado
(Nayguel Cappellari)

E a alma foi atingida com um tiro silencioso,
como se uma flecha afiada tivesse penetrado-a no âmago,
o corpo atingido, o sangue caindo...
e o poeta no chão.

A dor de tudo que se passou,
o corpo no chão estendido.
Ele querendo gritar, mas não podendo.
E o pobre poeta sofre.

Em sua mente passam tantas imagens de sua vida.
Todas as vezes que foi bondoso e levou pedrada.
Todas as vezes que foi bom e foi apunhalado.
Todas as vezes...

O filme vai passando, enchendo-o de dores e lamentações.
Pessoas que ele não queria mais ver,
dizeres que ele não queria escutar.
Brigas que ele sempre quisera evitar.

Sonhos que ele nunca realizou,
pessoas que se foram do caminho.
Intrigas e desméritos.
Angústias irrefutáveis de sua alma covarde!

E tudo aparecendo, o poeta chorando, e seu corpo sofrendo.
A dor já insuportável, aquiecendo-o completamente,
o sangue escorrendo para fora, as lágrimas caindo
e o pobre do poeta então perece.

Friday, April 08, 2011

O mundo...

ainda tem jeito, ainda tem salvação. Não importa quantas coisas ruins ainda aconteçam, não importa quantos atos violentos nós iremos vivenciar.

No final, o amor e a paz reinará sobre a Terra, e nós todos seremos gratos, pois iremos sentir o amor perfeito, a compaixão não será esquecida e a violência será compeltamente banida.

Vá, podes me chamar do que quiser, mas eu sou otimista, eu acredito num mundo melhor. Sem desastres, sem desordens, sem que nossas crianças morram, sem que nossos pais sofram, sem que nossas famílias se esqueçam do futuro.

"You may say I am a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day you will join us
And the world will be as one".

Wednesday, April 06, 2011

Dúvidas

Dúvidas
(Nayguel Cappellari)

Diga-me, coração, o que fazer
quando todas as possibilidades se esgotaram.

Diga-me, coração, o que fazer
quando eu já não conseguir nem soltar uma lágrima de tristeza.

Diga-me, coração, apenas diga-me.
Diga-me o que fazer, porque eu já não sei mais.

A razão já não funciona,
o medo me amedronta...
Meu corpo sente dor,
e meu desejo é desaparecer.

Diga-me, coração, o que eu posso fazer.
Quando tudo que eu mais queria, nesse momento, era esquecer?

Diga-me, coração, o que fazer...
quando tudo que eu preciso está sumido.

Diga-me, apenas diga-me...
pois se for assim, eu estarei fadado a largar esta canção.

E essa será a última nota que eu darei.
Enfim,
o meu fim.

Tuesday, April 05, 2011

Entrego-me

Entrego-me
(Nayguel Cappellari)

No meu peito uma vontade imensa de gritar,
uma dor insuportável, insubstituível.
Um mundo inteiro girando aos meus olhos,
onde eu não consigo sequer pensar em nada.

Meu corpo está querendo entregar-se.
Minha mente está repleta de dor, de sofrimento.
Meu peito está cada vez mais apertado...
e o meu coração está desistindo.

Minhas mão tremem de medo,
o meu mundo está completamente enegrecido
Meus olhos já não têm o brilho de outrora...
e meu coração está desistindo.

Um vazio avassalador,
um imenso e intenso nada,
Enchendo-me de tristeza e angústia,
e destruindo-me tudo que acreditei...

Nesse momento não tenho nada,
sinto dor em tudo que é parte do meu corpo,
eu quero simplesmente fechar os olhos...
e finalente deixar meu coração se entregar.

Entregando-se totalmente,
sem medo ou rancor.
Deixando para trás o que eu fui,
e me transformando em nada mais além.

Um incessante vazio
que assola o meu ser,
Sinto muito por agora...
mas estou entregando-me aos céus.

E meu corpo entregando-se também,
envolta de uma música de desgraça,
e se tudo fosse embora agora...
- It's all gonna be a suicide note.

Sunday, April 03, 2011

Canção ao meu pai

Canção ao meu pai
(Nayguel Cappellari)

E quando eu menos esperava,
essa notícia avassalou-me os sentimentos,
deixando-me muito estarrecido.

Uma das pessoas que eu mais amava,
encontrava-se no hospital.
E eu não podia fazer nada!

Uma raiva silenciosa pareceu-me sufocar,
meus sonhos se dissiparam,
e meus olhos estavam secos de agonia.

No fim, eu vi algo acontecer,
ali estava ela, tão pura, tão branca,
a Imagem que salvou-me do abismo.

Não era uma pessoa real,
mas era essa forma que me mandava o sinal,
dizendo que tudo ficaria bem.

Alguma coisa dentro de mim batia devagar
acalmando-me os nervos e o coração,
deixando-me tranquilo como as ondas do mar em um dia de verão.

Meus sonhos voltaram de novo,
e então eu pude me imaginar,
abraçando o meu doce e alegre pai novamente.

Saturday, April 02, 2011

Imensidão

Imensidão
(Nayguel Cappellari)

E esse sentimento estranho dentro de mim,
preenchendo-me de forma vaga,
tornando-me um ser sem sentido algum.
E enchendo-me do vazio.

Sim, vazio este que não acaba,
e a cada dia parece ser maior e maior...
e os dias passam sem nada de bom,
e tudo que eu vejo é que o dia está nublado.

Não existe sol algum, não existe coisa alguma,
O mundo é nublado, e meus sentimentos conturbados,
Olhando a fundo eu tenho a certeza plena,
de que estou caindo em um abismo.

O vazio se torna enorme a cada dia,
e só ele cresce dentro de mim,
meus olhos querem despejar
tudo de ruim que dentro de mim há.

E mesmo que tudo esteja sem cor, nublado e entristecido,
ainda sei que alguma hora vou poder rir...
nem que seja olhando minha imagem no espelho
e rindo da minha própria falta de sorte.