Tuesday, May 20, 2008

Uma conversa informal com a consciência do poeta


Uma conversa informal com a consciência do poeta
(Nayguel Cappellari)

Não, não olhes ao espelho.
Não verás nem a ti, e nem a ela.
Não adianta, ela já não volta mais, meu caro.
E sim, ficarás triste eternamente.

E tu pensas, como podes dizer-lhe, não é?
E tu pensas, que nada pode lhe tirar o sono...
- Mas ela lhe tira, lhe tira...
Do sorriso lindo, do sorriso incrível.

E o teu coração que outrora te apoiava,
hoje imensamente quebrado,
Está prestes a chorar.


Mas isso não importa,
tudo que tu queres é dizer a ela
o quão incrível tu podes ser.

II

Então agora, mais calmo, consegues pensar?
Pensas que ela, de sorriso lindo e de pele macia,
de cabelos louros tal qual o trigo, tal qual os raios do sol,
jamais irá ver-te o coração?

Agora consegues entender o que tua consciência diz?
Ela é incrivelmente bela, de olhos tão poderosos e de voz tão suave.
Tu ficas a imaginar apenas um sorriso, apenas um abraço...
E ela nem sequer pensa em ti, apenas quando ficas a enchê-la os ouvidos.

Ah, meu caro, que desistas eternamente...
Ela não é algo digno a ti. Ela não existe.
Não vês que é tão bela quanto jamais vira outra?

III

E agora o que te passa? Estás prestes a cometer uma loucura?
Teu coração anda triste e quase não trabalha mais,
e o que farás? Irás tentar jogar a vida fora?
- Não, não irás fazer isso.

Que surpresa! Tu és mais forte do que eu.
Tua alma consegue vencer-me as palavras.
Tua força de vontade, não, teu amor...

Tu conseguiste, finalmente, vencer-me.
Então que vás... e sejas feliz.
Que tu sejas feliz com ela, meu caro.

IV -Final

E tal qual os sonhos, os anjos,
e tal qual minha mente, minha consciência,
fico-te a pensar, como dizer-te, ó menina linda,
o quão apaixonado eu estou?

E agora tal qual Paris, perante a incrível beleza de sua amada...
já não consigo nem pensar.
Fico apenas a imaginar-te, minha linda.
E os demônios a afujentar.

E não importa o que digam a mim,
e não importa o que tentem me dizer,
sei que tu és linda e perfeita...

Sei o quão bela tu és...
só gostaria de te dizer, que agora, é impossível desprender-me
deste sentimento divino a que sinto por ti.

Sunday, May 11, 2008

Soneto ao acaso


Soneto ao acaso
(Nayguel Cappellari)

O homem, irrefutável moribundo das almas, anseia.
anseia de desejo a carne e os pudores de sua bela.
Enfraquecido por sua imensa compaixão...
Mordido, quebrado ao acaso. Este, que outrora sorria.

Um mundo repleto de dor e sofrimento.
Não sentes?! É, imensa dor no coração.
Capaz de detonar o mais nobre dos gladiadores.
E o mais pútrido dos corruptos.

E é fato, que este olhar ao qual te lanças.
Irá ludibriar-te eternamente.
Detonar-te a própria alma.

E nem sequer as chamas do ardor em teu peito.
E nem sequer o sangue de teus olhos
te farão ser um pouco menos animal.

Tuesday, May 06, 2008

Cântico à Sereia


Cântico à Sereia
(Nayguel Cappellari)

Com os olhos em ti, com as vestes ao fim.
Amo-te, ó minha doce sereia.
Quero-te sempre ao meu lado.
Sempre, independente dos mares. - Ou dos trovões.

Ó, minha doce sereia,
como eu te quero, como eu te quero.
Hipnotizas-me com os teus cantos e dizeres.
E me fazes voar com os pés ao chão.

E enquanto eu, atraído por teus sussurros ardís,
procuro buscar-te ao limite do amor,
para trazer-te entrelaçada a mim.

Ó, minha doce Sereia.
venhas, a mim, ó linda e doce, Sereia.
Mesmo que seja, para simplesmente, a mim, por fim.