Saturday, September 04, 2010

Nem mesmo uma palavra.

O homem, derradeiro como os fantasmas do passado,
inescrupuloso, vivente inexistente.
Moribundo, destruidor de existência,
vida longa, destruída pela inexistência.

E a morte, consumada a cada dia.
O sonho, destruído e calejado.
Inefasto, perseguido pelo não.
Destruidor de causas completas.

E a exatidão da existência,
alqueivada junto à lareira.
O frio consumindo os bons ares,
e no coração a alma completa devastada.

O vento lá fora ruge feito leão,
e o peito deste homem arde feito carvão,
como se fosse morte em campo de batalha,
morte à luz de uma luta de espadas.

Sonho destruído, repleto de desapego.
E no coração, um mundo repleto de desejo.
Desejos, estes, impiedosos...
de destruir a tudo que se tem direito.

E a morte caminhando junto a ele,
sem saber o que fazer, como seguir,
ou como continuar.
Num mundo onde nada mais existe.

E na inexatidão destas letras,
o homem deita-se ao chão,
esperando a morte o levar...
para nunca, nunca mais acordar.

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