Friday, January 24, 2014

Ghost


Ghost
(Nayguel Cappellari)


Tudo bem, tudo que ficou foi um passado memorável. Palavras ditas ao vento, conversas soltas (e que antes faziam total sentido). E nada mais significa que um passado.

E aquelas noites sem dormir te esperando, para simplesmente uma conversa pequena trocarmos. E aquelas noites acordados até pela manhã, conversando sobre coisas tão sem importância (e que enchiam o meu mundo), que me faziam feliz, que me alegravam, que me faziam esperar ansiosamente todo santo dia em que eu te encontraria novamente.

E nossas conversas ao telefone, os dois sem jeito de dizer as coisas, a timidez, a vergonha, o medo. A ansiedade. Tudo tomando conta da gente, e o que dizíamos no papel e também no mundo virtual, morria no riso tímido ao telefone. E o olhar doce que nunca mais verei, e as conversas loucas e intermináveis que jamais terei...

E o mundo completo que deixou de existir,
senão dentro de mim
em apenas uma vaga lembrança.

Em um fantasma tu te transformaste,
regendo os meus sonhos, os meus passos, os meus caminhos,
tornando-me triste, inexato, sem sentido algum.
Em um fantasma tu te transformaste,
e juntamente levaste a nossa inteira relação.

Meu coração a que outrora te pertencia,
hoje só serve para pulsar o sangue em meu corpo.
Meu coração a que outrora te pertenceu, 
hoje só serve para apertar quando lembro-me do que passou.

Hoje já não tenho medo de fantasmas, 
hoje já não tenho medo de mais nada.
Hoje eu encaminho-me ao mar,
e peço que ele leve-me embora.

Apagando, assim, tudo de outrora,
e permitindo que eu seja,
novamente quem eu sempre 
deveria ser.

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