Saturday, July 28, 2007

Pequeno Livro de Bolso.

Dedico este livro a uma pessoa que sempre esteve ao meu lado.
Uma amiga sem igual. Uma pessoa incrível.
Dedico este livro não apenas a ela, mas qeu em seu nome se faça o nome dos meus outros amigos inseparáveis.

A N.M.


Capítulo I

Era Julho, o ano não me lembro muito bem, sei que na época eu deveria ter vinte e seis ou vinte e sete anos. Não tinha mais família nem sequer um amigo. Estava prestes a me lançar à lâmina do ceifador, mas naquela noite fatídica, tudo mudou.
O dia ao certo eu não lembro, minto, o que eu não lembro é a data. O dia? Bem, era uma terça-feira. O presidente do Brasil acabara de sair em viagem a então África da América do Sul, o chamado Haiti.
Não se sabe o que cargas d'água aconteceu, mas o presidente Paulo Cesar Lemos não voltou. Nem seu corpo fora encontrado. Duas, por volta das duas horas o telefone tocou e eu coloquei a televisão no mudo, a linha fora interrompida com a voz de um conhecido e a muito tempo desconhecido, o capitão Dorne. Ele falava algo que eu não conseguia ouvir, sua voz era agitada e seus dentes rangiam tanto que do outro lado da linha eu conseguia ouvir batendo. Eu pedi que meu velho amigo se acalmasse, e ele então, depois de um longo tempo, conseguiu. E começou a me falar. Tentarei transpassar o melhor que puder o nosso diálogo, talvez eu peque um pouco, pois faz bastante tempo que isso aconteceu.
"Hey, Hermes, lembra de mim? William, William Dorne, fui seu companheiro na polícia" ele falava. Conversei dizendo que lembrava dele... e ele começou a dizer tudo que havia deixado-o emudecido, pálido, triste.
- Bem, você deve ter ouvido sobre o desaparecimento do nosso presidente, mas nem sequer tem idéia do acontecido. Pois bem, vou lhe falar.
No dia em que ele viajara, o presidente avisara sua secretária que chamasse um carro, ela prontamente o atendeu e, antes de sair, ele disse que estaria indo para a casa de um amigo, visitá-lo. Pois o presidente falaria com ele sobre o povo do Haiti, tentando achar um jeito e um plano de combater a fome lá, sem desbancar a economia brasileira, que há muito estava crescendo. O presidente então fora visitar o senhor Leonardo Amaral, o ex-ministro da segurança nacional.
O problema é que logo após seu desaparecimento há duas semanas, tentamos encontrar Leonardo, mas ele disse que não houve sequer uma reunião com o presidente. E que há muito esperava que ele o chamasse para conversar, infelizmente, não aconteceu.
Isso me intriga, porque sabemos que ele não está mentindo, ele tem álibi, a mulher teria ficado com o homem até a manhã, quando ele saiu para trabalhar. Os filhos também disseram que o pai esteve em casa e que o presidente não fora visitá-lo.
Mas então onde diabos teria ido o nosso desaparecido? Não é aí que termina, eu digo, no mesmo dia que falamos com Leonardo, recebemos a ligação de sua esposa, dizendo que ele teria se matado com um tiro na cabeça. Fizemos a perícia do caso e realmente foi fechado como suicídio. O pior, é que a mulher estava em casa e ouviu o estouro, os filhos tinham ido a escola, era de tarde, ele teria voltado para pegar uns papéis para o escritório onde trabalhava. O Senhor Leonardo se suicidou, o presidente desapareceu, e não temos sequer indícios de onde isso vá parar.
Por favor, quero que você volte, meu amigo, para que a gente consiga combater isso. Por favor.

Isto foi tudo que ele me falou, talvez eu tenha omitido algo, mas tentei ser o melhor detalhista possível. Minha resposta a William Dorne foi que eu tentaria ajudá-lo sem me envolver com a papelada policial. Seria um detetive particular.

E eis que de uma hora para outra minha vida vai de cabeça para baixo.



(Continua)

(Nayguel Cappellari)

1 comment:

Anonymous said...

Me vejo em um filme...
Massa!!!