Wednesday, January 06, 2010

Suspiros

Eu realmente não sei o que escrever aqui, são tantas coisas que se passam na minha cabeça, são tantos os motivos que me fazem escrever tais palavras neste lugar. Queria, de verdade, que estas palavras fossem escritas em um papel, com uma caneta, por que desse jeito eu poderia olhar para a folha rabiscada e molhada das lágrimas que escorrem o meu rosto. Porque só assim eu poderia mostrar às pessoas a veracidade de tudo que eu sinto dentro de mim, porque só assim eu posso mostrar a todo mundo que meus olhos são realmente o reflexo da minha alma, que meu coração está morto, quebrado, destruído.

Eu realmente queria poder escrever estas palavras sem sentido para tu que estás lendo, mas não consigo, simplesmente minhas mãos querem apenas escrever no computador, porque desse jeito, os meus dedos conseguem acompanhar o tal fluxo do meu pensamento, porque só assim eu consigo realmente mostrar tudo que eu sinto.

E eu fico desesperado, páro, olho à minha volta e não consigo entender tanta coisa, tudo que me falta, e por outro lado, tudo que eu tenho. O meu estômago vazio, mas que não sente fome, porqeu eu tenho comida a hora que quiser, o meu coração despedaçado porque não posso estar ao lado de quem eu realmente gostaria. Minha alma perfurada porque algumas pessoas com quem eu me preocupo demais simplesmente não se preocupam comigo da mesma maneira, sim, minha alma, que está totalmente em fragmentos, essas pessoas sequer perguntam como eu estou, aparecem, decidem sumir sem dar sequer um oi, preferem ficar trancafiadas em seus mundinhos absolutos, fugindo da realidade do que fora. Essas, essas são as pessoas que mais me machucam, e por culpa dessas pessoas que me machucam, a minha alma está quebrada, em fragmentos, como se fosse um copo de vidro caindo ao chão - cacos para todo o lado.

E da mesma forma que minha alma está assim, meu coração vai junto, afundando-me com todas as situações que acontecem e continuam a acontecer. Meu coração está pedindo, implorando socorro, por que por mais que eu esteja sendo amado, correspondido, algumas coisas insistem em acontecer. As amizades que ficam no caminho, por exemplo, a levianidade de certas pessoas para comigo, o sorriso de outrora que já não existe mais, os elogios, os dizeres, as coisas bonitas, as palavras de apoio, tudo, exatamente tudo que não existe mais. E a distância que insiste em acabar com a minha vida.

A distância de dois laços, de dois corações que querem se encontrar, e ela está lá, distante, maquiavélica, prolongando o sofrimento, o meu sofrimento. Por que, meu Deus, eu não podia ter nascido rico? Por que, meu Deus, eu não podia ter um pouco de dinheiro, apenas? Por que, meu Deus, eu tenho de implorar, WHY DO I HAVE TO BEG YOU, GOD? Por quê? Por que eu tenho de simplesmente pensar nas coisas, agir da maneira com que eu ajo? Por quê?

Ainda mais, por que eu tenho de fazer o que eu não quero? Por que tenho de arriscar algumas coisas? Por que tenho de realmente escolher este caminho? Por que minha vida está desse jeito? Por que eu estou tão confuso? Por que tudo está desabando?

E a chuva lá fora, anunciando um novo tempo... Eu consigo enxergar, as coisas não estão fáceis, eu sei, sei que não sou apenas eu que sofro, e sei que tem gente que realmente SOFRE, mas para mim, isso não é simplesmente assim, não, eu não aceito a tal derrota, decido seguir adiante, mas eu não aguento mais sofrer, será que tu, que estás lendo, consegue perceber? Eu tô tão acostumado a ter tanta coisa, eu tô acostumado a poder abraçar, a poder beijar, a poder sentir... e agora nada disso eu posso. Eu tô acostumado a poder dizer livremente, a de cantar ao amor, a de dar vivas à ele, mas simplesmente agora não consigo. Eu simplesmente não consigo, já não consigo sequer respirar.

E agora, o sol já nem brilha mais pra mim, ele simplesmente está escondido nas turbulentas nuvens que cercam minha vida, minha mente, meu ser, minha alma. Mas eu ainda continuo a gritar, a pedir, seja para Deus, para Alá, para mim, para ti, para quem for, eu continuo a pedir que as coisas comigo funcionem um pouco melhor. Eu não consigo suportar algumas coisas. Estou simplesmente cansado, cansado delas acontecerem. ACONTECEREM.

E agora eu fico aqui, concentrado, confuso, sem saber o que fazer, meu coração me diz o que quer fazer, minha mente diz que não pode fazer isso, minhas pernas não se mexem e os meus braços estão apenas escrevendo, meus dedos parecem ter vontade própria, parece que são eles o real reflexo, parece que são eles os mais preocupados comigo, por que eles conseguem, de fato, extravasar tudo que eu sinto, liberar todos os pensamentos, toda a confusão de dentro de mim. E isso funciona; bem, às vezes funciona.

Eu procuro uma orientação, sabe? Queria ter tanto as respostas para as minhas perguntas, queria tanto poder respondê-las de olhos fechados, e não ter essas lágrimas escorrendo meus olhos, eu queria poder falar, gritar, berrar. Eu queria poder ser outra coisa, eu queria poder viver, eu queria poder VIVER. Eu queria poder me desconectar, mas não consigo.

Eu simplesmente não consigo deixar de viver essa minha vida, as pessoas continuam a me machucar, e eu continuo a me preocupar com elas, as pessoas insistem em me dizer não, e eu insisto em sorrir de volta para elas. As pessoas querem me deixar, mentem para mim, mas eu continuo a aceitar, a sorrir, a deixar de lado. O mundo continua girando, eu continuo me machucando, e sequer tenho o apoio de algumas das pessoas mais importantes para mim, elas estão escondidas entre suas vidas, e pensam mais nelas do que em mim, que preciso de ajuda.






E sendo assim, eu não consigo entender, por que ainda, meu Deus, eu continuo a me preocupar mais com elas a que comigo mesmo. Diga-me, por favor, o que eu fiz de errado? Devo sofrer tanto assim? Em alguma vida passada eu fui uma pessoa tão ruim, para agora, ter de sofrer todos os tipos de feridas? Por quê, meu Deus, por quê?


Será que algum dia Tu poderias me explicar?

Eu, sinceramente, não tenho mais vontade de seguir. Mas pensando em algumas coisas, eu vejo que realmente vale a pena seguir adiante, então, eu esqueço por ora o que eu passo. Mas quando volta, o sentimento é cada vez mais forte, mas turbulento, mais enevoado, e eu não consigo mais me guiar, já não consigo.


Eu pergunto mais uma vez: o que eu fiz em minha vida passada?

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