Tuesday, December 29, 2009

Fluxo

Faz algum tempo que venho querendo escrever este texto, um texto expressivo, que não seja nem poema, nem prosa, nem poesia, nem sequer uma discussão.
É apenas um texto, uma reflexão, uma reflexão de um jovem em processo de crescimento, de aprendizado. Aprendizado da vida.

Esses dias, por exemplo, eu estava indo para a casa do meu pai, e para ir para lá, eu precisava pegar a lancha, cerca de trinta minutos em alto mar, com os fones no ouvido, ouvindo as músicas da minha playlist de momento, e eu parei a pensar, parei, e então veio tanta coisa em minha mente. Foi aí que eu pensei, aquelas pessoas todas juntas, no mesmo lugar que eu, pessoas que eu jamais verei em minha vida, que depois de chegarem ao destino (seja em São José do Norte, cidade do meu pai, ou seja aqui em Rio Grande, a minha cidade), eu jamais as verei de novo. E, na verdade, se eu vê-las, não saberei que as vi na lancha, em um momento em que eu estava refletindo comigo mesmo.

E então eu parei e pensei, as pessoas que nunca mais verei, os amigos que tomaram caminhos diferentes, as escolhas que deixei pela metade, os caminhos que deixei de tomar, a vida que eu hoje levo e que sequer pensava em levar dias atrás, os pensamentos de noite que me assustam, pensamentos, estes, que sinto como se me comessem vivo, pensamentos fortes, intensos. E no caminho do futuro, a escuridão.

A escuridão por que não sei mesmo se o que eu faço é certo, se tudo qeu eu tô aqui, querendo, é o ideal, se eu vou estar vivo amanhã, a escuridão por não saber sequer o que eu realmente sou. Uma mula! Um ser humano burro, idiota, que só vive para sofrer, um mundo cheio de caminhos, pensamentos loucos e o fluxo que me consome.

As coisas que insistem em acontecer, pessoas caindo, pessoas morrendo, eu sofrendo, neste mundo de abismo, onde todos lutam e nada mais existe, nada mais. Um mundo onde, quisera eu, que o amor ainda existisse, um amor saudável, amigável, entre pessoas do mesmo sexo, pessoas de sexo opostos, pessoas, um amor entre pessoas e todos os seres vivos.

E nesse fluxo de pensamentos, eu então me lembro, que naquele caminho da lancha, puramente só eu estou, andando para um nada, para um nada absoluto, sozinho, onde apenas estou, calmo, sereno. Eu e meu fluxo de pensamento.




Vá entender.

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