Friday, October 09, 2009

Ode imaginária



Ode imaginária
(Nayguel Cappellari)

E como uma cachoeira se vai
Se vai o meu coração,
onde eu nao tenho nada.
E meu corpo diz adeus.

Não tenho sequer o apoio dos meus,
sonho ainda com o mundo novo,
onde eu não tenha que sentir,
sentir essa queimação em meu peito.

E ao meu lado não está ela,
sequer a tenho em meus dias,
ela se fora tal qual a água
que desce a correnteza da vida.

E neste mundo novo em que me encontro,
inexistente sentimento, meu coração se fora,
minha vida também; não possuo nada mais.
A não ser a queimação que corrói o meu peito.

O sangue que agora jorra,
bota para fora todo o mal,
não tenho mais nada,
nem mesmo ela em meu lado.

E meu coração está ardendo,
minha mente está morrendo,
o sonho está se indo,
por que agora sou nada.

Continuo a cantar,
cantar essa ode sem fim,
talvez no final de minha vida,
ela volte para mim.

Uma vida sem sentido,
onde não existe nem motivo,
um motivo para isso tudo.
Para o abismo em que existo.

E quero acabar com isso,
desistir, talvez, da vida,
mas eu queria ao menos por agora,
uma última conversa com ela.

E lá se foi a minha vida.
Lá se foi o meu âmago,
sou amargo, sou cinzento,
tal qual o dia sem sol.

E mesmo agora, com a caneta em minhas mãos,
sinto o torpor das coisas em minha alma,
já não existo completamente, e então
deixo para o nada meu futuro.

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