Sunday, July 11, 2010

Enquanto as coisas acontecem de forma completamente estranha, eu consigo manter minha mente funcionando como se fosse um turbilhão de pensamentos, um turbilhão que emana a sede de sentimentos e lembranças. Um mundo repleto de desilusões e de pessimismo. E justamente por minha mente manter-se viva, eu me torno cada vez menos existente. Sim, menos existente. Morro por dentro daquele modelinho de bom homem que eu fui. E isso, graças às pessoas.

Eu, eu consegui escalar muros altíssimos para fazer qualquer pessoa que estivesse triste, sorrir um pouco. Eu consegui lutar contra milhares de feras famintas para fazer alguém ficar bem. Eu, eu que já não consigo fazer nada mais.

A pior das minhas decepções foi ter perdido alguém por cuidar de mais.
A pior das minhas decepções foi ter lutado por algo que eu acreditava.
A pior das minhas decepções foi ter feito tudo do jeito que fiz, por simplesmente acreditar que as coisas poderiam ser melhor.
A pior das minhas decepções, foi eu ter sido uma pessoa boa.

Não, por mais que não pareça, eu não estou triste.
Não estou irritado, não estou bravo.
Posso dizer que estou magoado, não com o péssimo instinto de cada pessoa de ser egoísta... porque esse egoísmo é natural, vindo da evolução das espécies, e isso eu entendo. Eu estou magoado comigo mesmo que acreditei tanto nas coisas boas, que desde meus catorze anos eu só me machuco por coisas banais. Sim, me machuco pelos outros estarem tristes.

Eu, eu hoje estou fazendo desaparecer uma das coisas mais importantes pra mim: a humildade.
Estou deixando as pessoas, não por causa delas, mas sim por causa minha. Porque eu me machuquei demais ao tentar ajudá-las, porque eu me feri demais por ser uma pessoa boa e por sofrer quando elas sofriam... estou deixando-as, agora, pelo simples fato de eu não querer mais sofrer.

Eu estou em uma fase boa da minha vida, encontrei uma pessoa espetacular para guardar ao meu lado todos os dias, encontrei minha rosa para proteger dos monstros. Encontrei meu mundo...

e não é por ela, mas sim por mim, que estou deixando o passado e as pessoas nele envolvidas.
Hoje eu sou um novo homem, uma nova alma, uma nova vida. Um novo ser, que irá magoar muitas pessoas, que continuará sofrendo, mas que com certeza sofrerá menos, porque hoje não tem com o que se preocupar a não ser os próprios pensamentos.

Pensamentos, estes, que funcionam como um turbilhão. Um turbilhão de emoções em um universo completamente paralelo que é a minha mente.

Estou deixando de sufocar quem quer que seja. E ninguém mais terá meu excesso de cuidados.

Simplesmente assim, ad argumentandum tantum,
Nayguel Cappellari.

No comments: