Aperto
(Nayguel Cappellari)
Não é questão de querer pensar em alguma coisa diferente,
não é questão de querer ser alguma coisa diferente...
É questão de obrigar-se a ser, de obrigar-se
a pensar de uma maneira completamente diferente.
Os dias se tornaram estranhos, incompletos.
Sem presenças, sem lembranças,
ou com muitas lembranças...
Algumas corretas, mas na grande maioria,
lembranças incompletas e erradas.
- Como foi que um dia aconteceu? Como deixou de acontecer?
- Como foi que isso passou, como não poderá mais voltar?
E tudo que acontece passa sobre nossos olhos,
E o que podemos fazer é tentar salvar o momento,
a lembrança, o desejo.
Para que mais tarde possamos tentar nos lembrar.
Para que mais tarde possamos viver de novo...
Ou ao menos tentar.
E lá se vai o mundo de outrora,
os desejos, as vontades, os sonhos...
Os sentimentos.
O amargo toma conta de nossa alma,
a tristeza toma conta de nossa vida,
e dentro de nós mesmos apenas uma coisa ainda há de existir:
- Vontade de ser feliz.
E aí que temos de sorrir
e fazer de conta que tudo foi um pesadelo
que pode ser jogado para de baixo da cama, do sofá,
ou ser escondido nas mais profundas entranhas de nossa mente.
E tudo que teremos de fazer...
é fingir que está tudo bem, até que tudo realmente fique...
e dentro de nós o coração se torne pedra...
- Para sempre.
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