Thursday, May 07, 2009

Maldição do Poeta

Maldição do Poeta
(Nayguel Cappellari)

Doente feito um moribundo.
Pior do que a alcova do vampiro,
mais tenebroso que a morte do escolhido.
Eis que caio morto por ti.

Caio morto por despreso.
Caio morto por ódio.
Caio, unica e exclusivamente,
porque tu não vês.

E eu não sou mais teu.
Não te pertenço mais.
Livrei-me do sentimento mal.
Limpei-me da tristeza total.

Eis que eu caio morto, sim.
Perplexo por tua causa,
mas em seguida eu levanto,
revigorando-me a alma.

Não sou mais o que já fui.
Já sou outro e totalmente diferente.
E nada mais serei,
a não ser meu ego revivido.

Já não quero mais saber de outrora.
Dos sonhos do passado,
não tenho medo do futuro,
tenho ódio do que fora.

E eu estou vivo
Mesmo depois de ter caído.
Sou uma nova pessoa.
Um poeta moribundo.

1 comment:

Thiago Pouzada said...

É, meu velho. A vida continua, não importa em quantos pedaços o nosso coração se parte. Essa é uma verdade vitalícea. E mais ainda, a humanidade em geral, só dá valor quando perde.
Poeta morimbundo, mas ainda assim, poeta. A poesia nunca morre em nossos corações.