Maldição do Poeta
(Nayguel Cappellari)
Doente feito um moribundo.
Pior do que a alcova do vampiro,
mais tenebroso que a morte do escolhido.
Eis que caio morto por ti.
Caio morto por despreso.
Caio morto por ódio.
Caio, unica e exclusivamente,
porque tu não vês.
E eu não sou mais teu.
Não te pertenço mais.
Livrei-me do sentimento mal.
Limpei-me da tristeza total.
Eis que eu caio morto, sim.
Perplexo por tua causa,
mas em seguida eu levanto,
revigorando-me a alma.
Não sou mais o que já fui.
Já sou outro e totalmente diferente.
E nada mais serei,
a não ser meu ego revivido.
Já não quero mais saber de outrora.
Dos sonhos do passado,
não tenho medo do futuro,
tenho ódio do que fora.
E eu estou vivo
Mesmo depois de ter caído.
Sou uma nova pessoa.
Um poeta moribundo.
1 comment:
É, meu velho. A vida continua, não importa em quantos pedaços o nosso coração se parte. Essa é uma verdade vitalícea. E mais ainda, a humanidade em geral, só dá valor quando perde.
Poeta morimbundo, mas ainda assim, poeta. A poesia nunca morre em nossos corações.
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