Thursday, September 03, 2009

Em pedaços.

Em pedaços.
(Nayguel Cappellari)

E enquanto eu vou dormir pensando nas coisas que não disse, e nas coisas que não fiz.
E enquanto tento dormir, viro, desviro, retorno a ficar de barriga pra cima...
olhando, mesmo no escuro, o teto do meu quarto. O teto que parece se mexer. Que parece ficar vivo, que parece querer me absorver e curar-me de todos os problemas.
E enquanto acontecem tantas coisas, e todos os pensamentos que vão, que, inconscientemente, eu me esqueço no outro dia pela manhã. E nas tardes intermináveis eu me ponho a relembrar um assunto que outrora eu pensava: "como é que ela pode dizer não?".
E enquanto trabalho, faço as coisas que me obrigam, que as regras me tornam a mandar... eu fico incontrolado, pensando em tudo que me aconteceu, em tudo que eu fiz, e então eu desabo, porque não entendo o que eu fiz de errado para que as coisas tenham tomado o rumo que tomaram.

E mais uma vez eu me quebro.
Quebro a cara no chão tal qual um espelho nas mãos de uma criança desastrada.
Quebro, então, outras coisas além da cara, quebro-me em pedaços pequenos, que demorarão a serem fixados. O coração cai, a alma despedaça-se, e os sonhos também se vão...
e tudo que me resta é a marca de que eu não pude fazer nada para mudar esse caminho horripilante.
E então eu fecho meus olhos... sonho alto, e não consigo entender, e algumas lágrimas caem simplesmente porque eu não sou nada.

Porque eu simplesmente não tenho nada...
e jamais terei.

E as lágrimas continuam a cair, com apenas um motivo,
e apenas duas coisas me aparecem em mente:
o teu nome e o porquê de eu estar chorando.

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