Sunday, November 28, 2010

Relicário

E o que me resta nesse momento senão rezar por um mundo mais pacífico? Não, não tô falando dos problemas externos relacionados à violência em qualquer canto do mundo, inclusive aqui no Brasil. Estou falando única e exclusivamente da minha nação, a minha nação interior. O meu eu.

Inúmeras foram as vezes que eu tentei entender a razão da mente humana, e tentei, muitas vezes, fazer as pessoas sorrirem para ver se elas melhorarem o comportamento e o mal humor. Perdi as contas de quantas vezes levei socos e pontapés, quantas vezes saí com o âmago ferido e o coração despedaçado por causa de certas ocasiões. E tu, que lês, acha que mudou alguma coisa? Acha que, apesar de todas esses solavancos e empecilhos causados pelas pessoas em mim, eu mudei alguma coisa? Não.

Eu finjo para todo mundo que eu sou uma pessoa diferente de antes, finjo dizendo que não me importo com nada e nem ninguém, mas a verdade é completamente o oposto. Ainda me preocupo com todo o mundo. Me preocupo mesmo. Até mesmo tu que lês isso, me causas preocupação, por mais que eu nem saiba quem tu és, de verdade.

Acontece que eu não aguento mais essa situação, não consigo mais entender o porquê de muitas coisas, de muitas pedradas e patadas que eu levo. Não consigo acreditar que o mundo se tornou nessa terrível e horripilante realidade. E por mais que eu tente me manter assíduo e continue a dar o meu melhor, ainda quebro minhas pernas, e tenho de esperar um tempo para ajeitá-las, meu mundo caí e meu coração se despedaça novamente, e mais uma vez tenho de esperar um pouco para consertá-lo, para colá-lo como antes. E o mundo gira, independente da minha dor.

E isso me destrói a cada dia, meu corpo molda-se a existência inexata do que eu me tornei. Um indivíduo que só pensa e não age. Que não faz mais nada, e que sofre internamente.

Acontece que as coisas me machucam e essa dor que sinto é maior que qualquer coisa, meu coração quebrado e a minha confiança partida são o que me compõe em um nada. Em um único tolo.

Abusado pela (má) vontade dos outros.

1 comment:

IlkaSouza said...

Pensamentos típicos de quem tem como livro preferido "O pequeno principe". Não mude seus atos e não perca sua esperança nas pessoas, sempre haverá uma que saberá reconhecer o bem que por ventura fizestes a ela.
Adorei este blog.