Saturday, May 10, 2014

Do que (nunca) aconteceu

Do que (nunca) aconteceu
(Nayguel Cappellari)

Então não tenho muito o que falar.
As coisas foram para nunca mais voltar.
Hoje já não somos mais aqueles que se amavam,
mas sim estranhos em uma antiga estação.

A tua segue; anda; muda.
A minha, inerte e inexistente.
A tua anda em frente...
Enquanto a minha está estagnada naquele mesmo dia.

Foram-se embora aqueles sentimentos,
hoje sobraram apenas alguns poucos.
Tua pena me entristece e
alimenta cada vez mais a raiva minha.

Do nosso futuro passado,
onde arquitetávamos encontros bonitos e
cheios de emoção
(com aquele frio em nossa barriga, lembra?)
já não tem sequer nada para existir.

Que tua vida continue seguindo,
que consigas sair deste caminho,
que tua estação siga andando,
enquanto a minha vai entrar em manutenção.

E nessa manutenção inoperante,
meu coração fica sobrecarregado.
Meus ombros então cairão
para eu me afundar neste abismo.

- Não, não quero sair.
Não irei à lugar algum.
Vou embora para sempre,
para nunca mais adentrar em tua estação.

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