Sunday, February 27, 2011

A situação é a seguinte: a gente tenta e tenta e nunca consegue ser o que quer. A gente luta por um mundo melhor, mas não consegue sequer mudar o mundo dentro da gente. A gente tenta agir de forma decente, mas sequer consegue melhorar o jeito como passamos nosso dia de manhã. Acontece que o mundo insiste em girar e o maltrata nosso coração. E não adianta, eu não sou um ator, não sei fingir meus sentimentos e sequer sei ser menos coração e mais razão. Tudo que acontece dentro de mim é um torpor de sentimentos. Sentimentos, estes, que me destróem e corrompem o caráter.

Sim, corrompem, sentir demais é uma dádiva, mas também um enorme problema, porque tudo parece nos atingir na essência, no mais profundo e singelo local do nosso enorme coração. Eu estou tão entorpecido de raiva e frieza neste momento, e por isso peço desculpas pela forma de escrita deste desabafo, não estou sequer respeitando o tempo e as pessoas do português. Pois bem, que se dane.

Sou um poeta, e não sou um fingidor, não sei mentir e não sei contracenar, tudo que eu sei fazer é sentir. E tudo que eu sinto é completamente execrável. Eu queria poder não sentir nada, ser duro feito a pedra, ser completamente nada, inanimado, viver da espera e do tempo. E não precisar, nem por um segundo, pensar no que passei e no que passarei.

E não quero saber das pessoas, as pessoas me cansam, não quero saber de pessoas grandes, nem de pessoas pequenas. Não quero saber do mundo, nem das coisas nele, não quero saber de amor e nem de nada, quero simplesmente mergulhar no nada absoluto e metrasnformar no rochedo mais duro e mais instransponível.

Quero ser exatamente o que eu nunca fui.

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